sábado, 23 de maio de 2009

EXCERTOS DA 7ª ARTE (PARTE II)



O MODELO VERMELHO (1934), DE RENÉ MAGRITTE


Antes de falar sobre o filme: “Mandela Luta Pela Liberdade”, sugiro uma leitura atenciosa sobre o monumental poema (Considerações Sobre Ser Um “HOMEM”), de Rudyard Kipling, que me parece retratar muito bem Mandela:

“Se és capaz de conservar o teu bom senso e a calma,
Quando os outros os perdem, e te acusam disso.
Se és capaz de confiar em ti, quando de ti duvida,.
E, no entanto, perdoares os que duvidam,
Se és capaz de esperar, sem perderes a esperança.
E não caluniar os que te caluniam.
Se és capaz de sonhar, sem que o sonho te domine.
E pensar, sem reduzir o pensamento a vício.
Se és capaz de enfrentar o triunfo e o desastre,
sem fazer distinção entre esses dois impostores.
Se és capaz de ouvir a verdade que disseste,
transformada por canalhas em armadilhas aos tolos.
Se és capaz de ver destruído o ideal da vida inteira
e construí-lo outra vez com ferramentas gastas.
Se és capaz de forçar os teus músculos e nervos
e fazê-los servir, se já quase não servem;
sustentando-te quando nada em ti resta,
a não ser à vontade que diz: Enfrenta!
Se és capaz de falar ao povo e ficar digno.
Ou de passear com reis conservando-te o mesmo.
Se não pode abalar-te tanto o amigo ou inimigo.
E não sofrer decepção dos que contam contigo.
Se podes preencher todo minuto que passa,
com sessenta segundos de tarefa acertada.
Se assim fores a terra será tua.
Será teu tudo que nela existe.
E não receies que de ti o tomem.
Mas (ainda melhor que tudo isto),
Se assim fores, serás um HOMEM.”

Bom, o filme é baseado na vida de Nelson Mandela e seus longos anos na cadeia. Conta com uma atuação brilhante de Denzel Washington; e o longa ainda participou do 57ª Competição do Berlim Internacional Filme Festival. Pequenos detalhes, que justificam assistir esse belo filme. Contado através de memórias de James Gregory, que durante toda estadia de Mandela no cárcere, foi o guarda pessoal e responsável por censurar e informar as autoridades o que se passava ao redor daquele que mais tarde se transformaria no presidente da nação africana. Através desse contato, aos poucos a vida de Gregory muda radicalmente, bem como sua própria cosmovisão sobre os negros e o mundo.

Nelson Mandela, foi um grande líder sul-africano que durante mais de 20 anos ficou preso pelo regime racista do apartheid. Onde 20 milhões de negros, eram governados por 4 milhões de brancos, e seus direitos universais, foram cerceados – como: voto, terra, liberdade de ir e vir e ter chances iguais de moradia, emprego e educação.

Em 11 de Fevereiro de 1990, o mundo antenado aos acontecimentos da África do Sul, viu Mandiba (como também era chamado) ser libertado, após longos 27 anos de prisão. E quatro anos mais tarde, foi eleito o primeiro Presidente negro da África Sul, e ainda de quebra ganhou uma das maiores distinções oferecidas há um ser humano, um ano antes da eleição: o prêmio Nobel – no seu caso o da paz obviamente.

Que tipo de reflexão esse filme nos remete? Várias, mas me aterei apenas em duas:

1º “Os sonhos não envelhecem nunca”;
2º “O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos seus serviços prestados à humanidade.” (Voltaire, filósofo francês).

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