sexta-feira, 4 de maio de 2012

CRÔNICAS AVULSAS: NO MEIO DO CAMINHO TINHA UMA ARARA



Quase foi um exílio ao melhor estilo de Gonçalves Dias e por muito pouco o Sabiá não canta. Confuso? Eu explico.


Nesse final de semana prolongado devido ao feriado do dia do trabalhador, fui para Socorro-SP, onde nasci para passear e rever os entes queridos. Obviamente que acompanhado de uma linda mulher – Suzy.

Chegando lá nos deparamos com uma chuva torrencial, senti-me quase que ilhado no apartamento e São Pedro trovejou forte, azedando qualquer tipo de passeio ou balada; já que devido ao feriado a cidade tinha excelentes opções nesse sentido.

Umas das coisas que salvaram tão ingrato passeio impermeado pelo dilúvio foi um excelente churrasco em família com uma bela peça de baby beef e um vinho chileno reservado, feito de uva Carmenére, do excelente Concha y Toro, isso alegrou nossas almas, ou será que foi mais a minha? Já que praticamente sequei a garrafa sozinho...

No último dia, porém, quando estávamos prestes a voltarmos para São Paulo, ao entrarmos na Floricultura, meio sem saber o que fazer lá, apenas pelo prazer de brindar nossos olhos com lindas flores, nos deparamos de cara com essa Arara, que salvou o final de semana por completo.

Confesso que fiquei pasmado com tanta beleza e nunca tinha visto uma Arara assim tão de perto e solta. Ela segundo a dona da floricultura pertencia ao veterinário da cidade e estava se recuperando.

Sua beleza é esfuziante e conseguia prender e atrair a atenção de todos que lá adentravam; um verdadeiro espetáculo para nossos olhos. Mas sei que muitos nem dão tanta importância assim para isso, estão com cadeados presos aos olhos e não conseguem achar beleza e ternura a um passo do seu nariz. Como dizia o Livros dos Conselhos:

“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”

Note que existe uma sutileza monumental nessa frase, pois ver é diametralmente diferente de reparar. Sim, reparar é pra poucos, a maioria só vê, e ainda vê mal demais...

Talvez padeça do mal dos poetas que enxergam para bem além das coisas e não só isso, mas reparam – em tudo, de forma bem diferente dos demais.

Já que tornei a poesia, e o próprio título dessa crônica remete para uma célebre poesia do Drummond, me rendo a Manoel de Barros:

“A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um Sabiá, mas não pode medir seus encantos”.

Só mudaria uma coisa, acrescentaria depois do Sabiá a Arara também...

Deus salve os encantos que ainda nos restam nessa vida!

***

3 comentários:

  1. Sabia q aquela Arara mudou o seu dia!!! Proeza de poucos, hein Sr. Marcelo Caldas?!rs
    Deus, salve as Araras!!!
    E não é q a bicha era gigante e rica em todas aquelas cores vivas!
    São momentos como esses que nos fazem perceber como a natureza é linda!

    Bjs,
    Suzy

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  2. Sem sombra de variação meu amour!

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  3. Há coisas na vida que sao raras: como o que? Achar dinheiro na rua e amigo como você... bj na sua alma perfumada... q tem cheiro do saber... do prazer...

    Margareth Santa Eulalia.

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