terça-feira, 14 de outubro de 2008

MINHA LÂMPADA

“Um livro é como uma janela. Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem”. Kahlil Gibran
Quando refletia sobre o que tenho escrito até aqui, me veio à mente invariavelmente um texto bíblico de Eclesiastes, que tenho profundo apreço, em que ele descreve vários estágios que passamos e enfrentamos em nossa vida:

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;
tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;
tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz”. (Eclesiastes 3.1-8)


Sinceramente não sei em que “tempo” você caro leitor e leitora estava quando leu algum texto neste blog, mas se pude contribuir e acrescentar algo a vossa vida, seja na alegria ou na angústia. Dou-me por satisfeito, pois alcancei meu objetivo, que foi lhe tocar através das palavras...

Lya Luft, diz que: “O escritor fala pelos outros. Trabalha para que os outros sonhem ou enxerguem melhor coisas que nem ele próprio adivinha – estão além de sua visão, mas dentro do seu pressentimento.
Talvez seja essa a função de toda a arte (se é que ela tem alguma): a libertação e o crescimento de quem a exerce e de quem vai contemplar.
Nessa medida a pessoa do escritor é desimportante: valem os questionamentos que faz, e a forma com que elabora em textos a nossa essencial contradição – matéria viva de sua contemplação e arte”.





Já Érico Veríssimo falando sobre arte de escrever, diz que: “Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a idéia de que o menos que um escritor pode fazer, numa época de atrocidades e angustias como a nossa, é acender a sua lâmpada sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror”.
Se lhe abri os olhos para coisas simples que lhe passavam despercebidas, mas que fazem e que possuem muita relevância, e se pude acender uma lâmpada no fim do vosso nebuloso túnel em algum dado momento. Ou se sentiste alegria ao ler algo que escrevi me sinto imensamente feliz e em paz comigo mesmo. No qual como dizia René Descartes a respeito dos seus escritos, mas que tomo a liberdade de usar também: “espero que ele seja útil a alguns, sem ser nocivo a ninguém”.

Pronto! Cumpri meu papel, posso dormir com a consciência em paz...

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