segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

TEMPUS FUGIT



“A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA OU RELÓGIOS MOLES (1931) DE SALVADOR DALÍ


Qual seria o bem mais precioso do século XXI? Dentre as várias opções, creio que modestamente, a melhor resposta seria: o tempo. As grandes metrópoles sufocam. O trânsito. Trabalho. Universidade e mais uma gama infinita de coisas e tarefas, nos roubam o tempo; aí quando nos damos conta já é tarde demais e ficamos com aquela sensação do tipo: “Mais já acabou? Não consegui fazer nada!”.

Adoro um pequeno trecho do poema: “Se” de Rudyard Kipling, que diz assim:

“Se podes preencher todo minuto que passa, com sessenta segundos de tarefa acertada.”

Mas a grande questão que fico pensando, é como conseguir justamente fazer isso em nossas vidas? Albert Einstein, de uma forma peremptória sinaliza:

“Falta de tempo é desculpa das pessoas que não tem métodos”.

E lhe dou total razão.
Até as sagradas escrituras nos ensinam acerca do tempo, vejamos:

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.”

Se já na época do apóstolo dos gentios, quando escreveu isso aos Efésios, ele diz que os dias eram maus, quiçá – agora...

Quando me detenho analisando o quadro de Dalí (acima) chego a conclusão de que o tempo não existe nem para o inconsciente nem durante o sonho, só existe cronometrado na rigidez de nossa vida consciente e organizada. Porém, a percepção do tempo é subjetiva: deforma-se, contrai-se, flui ou detém-se. Essa subjetividade é o que expressam os relógios moles e dobrados do mestre catalão; é o tempo surrealista.

E para você caro leitor, qual é o seu tempo? Como você gasta esse bem precioso?
Termino com um poema excelente do Mario Quintana, onde sugiro uma leitura com calma e atenção, pois ele tem muito a nos dizer:

“Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, passaram-se cinqüenta anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olharia para o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas...”


Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, pois a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.


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