quarta-feira, 2 de março de 2011

EU FUI À MORADA DO SAMBA




O grande escritor alemão Johann W. Goethe (1749-1832), dizia que: “Todos os dias deveríamos ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver um quadro bonito e, se possível, dizer algumas palavras sensatas.” Domingo passado, estive na Morada do Samba, e pude viver esse conceito de forma inefável, pois ouvi música de primeira qualidade e da minha cultura: samba – regado a muita poesia; pois são intrinsecamente ligados.

A quadra da Escola de Samba Mocidade Alegre, leva esse apelido de Morada do Samba e não é por acaso, o samba rola solto e encanta a todos os presentes: comunidade, visitantes e os gringos (que não faltam em época de carnaval).

Uma coisa que me deixou fascinado é que todos ali eram iguais; não importando o status social, cor, credo e raça; estávamos todos sob uma mesma bênção: o samba. Que tem esse poder fascinante de reunir todos em volta de uma roda de músicos e nos fez irradiar sorrisos a granel e a cantar os grandes sambas, de Fundo de Quintal a Arlindo Cruz; quanta felicidade contida e numa coisa tão simples da vida, aliás, ser feliz custa bem pouco, pois a felicidade consiste em olharmos e detectarmos as coisas boas da vida ao nosso redor, e essas, podem acreditar não custam caro e são puramente simples, como ir para um ensaio de escola de samba, ouvir samba de roda e ver a bateria tocar. Isso me faz lembrar de uma pequena poesia da monumental Cecília Meireles:

“O vento é sempre o mesmo, mas sua resposta é diferente em cada folha”.

Felicidade é opção, não imposição. Ser feliz é saber escolher o melhor lado para olhar para cada situação que se apresenta na vida. E viver sempre exercendo essa escolha.

E o que dizer da bateria da Mocidade Alegre? Não dá! É uma sensação única e que é impossível conseguir explicar com palavras, ainda mais para esse escritor de parcas letras. Uma coisa é fato, é impossível sair incólume e essa bateria maravilhosa e aonde as palavras não chegam, creio que o melhor conselho é conferir pessoalmente; garanto que não vão se arrepender...

Por fim, termino com o refrão do samba enredo desse ano: Carrossel das Ilusões:

“Quem é da Morada é mais feliz
Tem amor no coração
No samba eu sou a campeã de emoções
Delirante é o Carrossel das Ilusões”.


E quanto delírio, emoções, sensações e alegrias contidas – samba é tudo isso e mais um pouco...

Meu agradecimento especial para Bianca Nagata, que me proporcionou essa oportunidade ímpar de conhecer a comunidade da Mocidade Alegre. Merci Bianca.


***

1 comentários:

  1. Belo texto querido, costumo dizer q ouvir um samba modifica o meu dia, nos meus dias dificeis basta ouvir um belo samba para me reanimar, a cada ensaio ficou emocionada e encantada, la todos somos iguais como vc mesmo disse, e essa eh a magia do carnaval. Na minha vida, carnaval tem um significado especial, eh uma homenagem ao meu tio que durante anos viveu por tudo aquilo que vc viu domingo e que hoje nao esta mais aqui, mas me deixou de presente o carnaval. Tem um trecho de um samba de 2005 do Mocidade Alegre, que descreve bem isso...

    "Meu samba leva essa homenagem a este ser de luz que se encantou, e foi morar com Deus"

    ResponderExcluir