sábado, 28 de julho de 2012

CRÔNICAS AVULSAS: GAROTA DA AV. BRIG. FARIA LIMA


LUNIA CZECHOWSKA (1918) DE AMEDEO MODIGLIANI

Ao contrário da Garota de Ipanema, essa sabe o que ocorre quando ela passa. Há alguns dias num dos cruzamentos da Av. Brig. Faria Lima tenho topado com ela, e o seu balançado para mim não é mais que um poema, ao contrário da musa inspiradora de Tom Jobim.

Pela manhã quando estou indo para o trabalho a vejo caminhando por esse cruzamento. Notei que os seguranças e manobristas de alguns prédios próximos, já ficam posicionados estrategicamente para observarem ela atravessar a avenida. Branca, aproximadamente com 1.75 de altura, cabelos (da cor da Graúna) e reluzentes; olhos verdes, traços nipônicos, corpo em forma, sempre trajada em roupas extremamente curtas, preferencialmente de minissaia (aliás, nunca a vi com outro tipo de roupa) e com sapatos de saltos enormes.

Acho que para esses homens a melhor parte do seu dia é observar ela caminhar. De fato, ela faz a alegria desses marmanjos; que a olham como se ela fosse o último pedaço suculento de picanha da face da Terra.

Ela também deve sentir um enorme prazer agindo dessa forma. Pois sabe que atrai a maioria dos olhares masculinos para si e os femininos também (obviamente já esses mais reprovadores – decerto). Contudo, o que lhe importa? Nada.
Seu ego deve beirar as nuvens.

Dizem que uma das aquisições da maturidade é a sabedoria. Embora não me ache velho e nem muito novo, algo não me atrai nessa mulher; pois sinceramente creio que ela apenas se veste assim para chamar a atenção. Nada mais que isso. Ser desejada lascivamente pelos homens, talvez lhe traga algum tipo de prazer interior. Se cada louco tem sua mania, talvez, essa seja a dela.

Quanto a mim? Prefiro olhar para outras garotas de Ipanema...

***

2 comentários:

  1. Adorei...
    Queria ter capacidade tanta para escrever sobre coisas cotidianas que vimos.
    Gosto de sair e fotografar mas as imagens nem sempre traduzem o que queria ver, as palavras sim eternizam o olhar.


    Vou tentar um dia, veremos o que sai, te mando e você me diz o que acha.
    Lembra que comentei que estava escrevendo um “livro” para quando tivesse outro filho, há muito não acrescento nada e ainda tenho pouquíssimas coisas.
    A última frase que escrevi foi a que sua mãe lhe dizia sobre aprender algo novo....


    Juliana Marcandalle Ferreira

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  2. Na minha opinião cada um tem sua beleza e supervalorizar isso as vezes se torna vulgar.
    nada mais belo que uma mulher bem vestida!

    Parabéns Marcelo,adorei o texto!

    BeijinhoS!!!

    Mona

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