CRÔNICAS AVULSAS: VIVO POR QUE CORRO E CORRO POR QUÊ VIVO

Acabo de chegar de mais um treino com a minha irmã, que também foi picada pela corrida. Não sei ao certo quando a corrida entrou em minha vida, mas, sei que desde jovem nos treinos de futebol dava mais voltas em volta do campo que os meus colegas. Sempre fui disciplinado e adorava correr. No campo, jogava numa posição que exigia muito preparo físico: volante. Não deixava a desejar.

Depois do rompimento do tendão de Aquiles jogando futebol, abandonei de vez o jogo, e me dediquei à corrida; pois ao contrário do futebol que tem muito contato físico e deslealdade, na corrida é você e seu preparo. Tudo dependente de você mesmo e o risco de lesão (se bem preparado e respeitando seu corpo é pequeno).

O mais engraçado e que quando digo às pessoas que corro, logo vem à mesma pergunta clichê: “Mais você corre por quê?”.

Corro, pois sinto liberdade ao correr. Corro, pois no ato das passadas, esqueço dos meus problemas, esqueço de tudo, e sou só eu e a pista diante de mim. Corro, para liberar endorfina no meu organismo, e só quem corre sabe o que é essa sensação, e o quanto ela nos faz bem. Corro não por causa de um tempo, mas por alegria, pela felicidade de cumprir mais um treino, pela sensação de dever cumprido. Corro, pois ao inspirar o ar e sentir meus batimentos cardíacos pulsando dentro de mim, sinto o quanto é bom viver. Corro, pois quando a vida se transforma em passadas, a pista de treinos se torna nosso altar, e posso celebrar a cada treino – a vida!

Como dizia a corredora olímpica norte-americana PattiSue Plumer:

“Correr nos ensina a desafiarmo-nos. A

ir além de onde jamais imaginamos que

pudéssemos chegar. E ajuda a descobrir

do que somos feitos. É isso que somos.

E é isso o que importa.”

Sim, é isso mesmo o que importa. Literalmente: vivo por que corro e corro por quê vivo! Hoje e enquanto houver fôlego de vida em mim...

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