José Saramago é um daqueles poucos escritores, que quando lemos se torna impossível sair incólume a sua prosa. Dentro do seu universo ficcional, destaco o livro: “Ensaio Sobre a Cegueira”, publicado em 1995, e recentemente levado as telas dos cinemas; pelo excelente cineasta Walter Moreira Salles Jr.
Essa obra é a mais direta alegoria que Saramago compôs de nosso tempo: uma cidade inteira, aos poucos, acaba completamente cega. E por causa dessa cegueira repentina, as pessoas são reduzidas a meros seres lutando por seus instintos, o que acarreta na barbárie – generalizada. Contudo, como uma luz no fim do túnel, ainda existe um rareamento de solidariedade e compaixão. O grande Guimarães Rosa, certa feita vaticinou: “Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?” Penso que nesse sentido, mais do que olhar o outro (próximo) – o que não é mais possível por causa da cegueira (na obra), é preciso reparar nele. Pois só assim o homem se humaniza novamente.
Mas uma reflexão fica para nós, que “enxergamos”: será que temos sido mais humanos? Solidários? O grande filósofo Merleau-Ponty, disse: “A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo.” Acredito que precisamos disso, ou seja, aprender a olhar com outros olhos, não um olhar superficial, mas um olhar nas entrelinhas.
Na atual sociedade, por exemplo, temos muitas pessoas (e basta olhar ao seu redor) que perderam sua liberdade e autenticidade. É o que Heidegger, filósofo alemão, chama de mundo do “man”. Essa expressão alemã designa a impessoalidade: veste-se, come-se, pensa-se, não como cada um gostaria de se vestir, comer ou pensar, mas como a maioria o faz. Os sistemas de controle da sociedade aprisionam o indivíduo numa rede sem saída.
Essa obra é a mais direta alegoria que Saramago compôs de nosso tempo: uma cidade inteira, aos poucos, acaba completamente cega. E por causa dessa cegueira repentina, as pessoas são reduzidas a meros seres lutando por seus instintos, o que acarreta na barbárie – generalizada. Contudo, como uma luz no fim do túnel, ainda existe um rareamento de solidariedade e compaixão. O grande Guimarães Rosa, certa feita vaticinou: “Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?” Penso que nesse sentido, mais do que olhar o outro (próximo) – o que não é mais possível por causa da cegueira (na obra), é preciso reparar nele. Pois só assim o homem se humaniza novamente.
Mas uma reflexão fica para nós, que “enxergamos”: será que temos sido mais humanos? Solidários? O grande filósofo Merleau-Ponty, disse: “A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo.” Acredito que precisamos disso, ou seja, aprender a olhar com outros olhos, não um olhar superficial, mas um olhar nas entrelinhas.
Na atual sociedade, por exemplo, temos muitas pessoas (e basta olhar ao seu redor) que perderam sua liberdade e autenticidade. É o que Heidegger, filósofo alemão, chama de mundo do “man”. Essa expressão alemã designa a impessoalidade: veste-se, come-se, pensa-se, não como cada um gostaria de se vestir, comer ou pensar, mas como a maioria o faz. Os sistemas de controle da sociedade aprisionam o indivíduo numa rede sem saída.
Logo, nunca é tarde para recordar o sábio Livro dos Conselhos: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”.
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