terça-feira, 10 de janeiro de 2017

CRÔNICAS AVULSAS: FELICIDADE CADÊ VOCÊ SUA LINDA?



É um tema espinhoso, complexo e com infinitas respostas. Aliás, cada um deve ter a sua própria receita para o que é a felicidade. E não quero aqui em hipótese alguma ser à resposta final sobre o tema. Aliás, se pararmos para pensar, quase todos os nossos desgostos que temos hoje surgiram quando a vida nos fez uma pergunta e não soubemos dar a resposta. Essa é a verdadeira corrida da nossa existência: saber as respostas antes que a vida faça as perguntas. Devemos aprender enquanto há luz, para podermos fazer nossas escolhas quando estiver escuro.

Após o café da tarde na casa da minha irmã, começamos a refletir sobre o que era a felicidade. Citamos exemplos de amigos em comum e de como eles encaram suas vidas e o que era a felicidade para eles. Foi uma conversa sincera e muito reflexiva. Mas não chegamos num consenso. Para alguns a felicidade está nos bens, no corpo, na fé, dinheiro, sexo, poder, ostentação e a lista é interminável. Trata-se de uma questão extremamente subjetiva e sem receitas prévias, muito embora, os livros de auto-ajuda proclamem terem a fórmula para encontrarmos a felicidade plena e duradoura.

Eu por exemplo creio que a felicidade está nas pequenas coisas, nos miúdos da vida, portanto, passageiras. E elas nem sempre são valorizadas por nós, pois justamente, estamos em uma sociedade que só foca o macro e não o micro. Aprendemos assim e o meio em que vivemos (sociedade) exerce forte influência sobre nós, já dizia Lev Vygotsky. Já para os gregos, por exemplo: a felicidade estava na virtude. Em ter uma vida que tenha virtude. Já em nossa sociedade atual quem está preocupado com a virtude? Creio que poucos, a maioria está mais preocupada consigo mesma e nada mais. E assim vamos caminhando, tateando a procura da tal felicidade.

Arrisco a dizer ainda que a tal felicidade seja fugaz e passageira. Impossível dizer que somos felizes 24 horas por dia. O que podemos ter é momentos de felicidade aqui e acolá; pequenos lampejos. Prefiro a alegria, que é uma atitude diante da vida, uma forma de afrontá-la. E quando temos isso dentro de nós, ou seja, um espírito de alegria o que nos acontece (seja bom ou ruim) não irá ditar a nossa agenda e o humor do dia.

Note que você deve conhecer uma pessoa alegre, e veja o quanto ela é diferente de uma pessoa que se diz feliz. Creio que os alegres são perenes e não passageiros como os felizes. É uma diferença bem sutil, mas que vale a pena cada um avaliar com calma.

Entre a felicidade e a alegria, cada um escolha o seu próprio caminho. Eu prefiro a alegria, como também o Guimarães Rosa:

“O correr da vida embrulha tudo; a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. Ser capaz de ficar alegre e mais alegre no meio da alegria, e ainda mais alegre no meio da tristeza...”


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4 comentários:

  1. A felicidade está na forma que enxergamos a maneira de viver, pois a sociedade,a mídia, vende uma felicidade irreal, para estes o modo de ser feliz é tendo um bom emprego, um belo carro, roupas luxuosas, mas a felicidade não está para isso e sim para o contentamento de acordar e ser livre, livre para fazer o que de fato trará alegrias mesmo que passageira.

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    1. Olá Claudinha, bela reflexão, e concordo com você. Obrigado pelo comentário! Abraços.

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  2. Para mim a felicidade é fruto de duas coisas: perceber os pequenos avanços da vida e conseguir me sentir em paz.
    No fundo, vejo a felicidade como um amontoado de pequenas alegrias.

    Gostei a da sua reflexão e, principalmente da sua abertura de observar diferentes pontos de vista.

    Beijos,

    Algumas Observações

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    1. Olá Fernanda, boa noite!

      Obrigado pela visita! Volte sempre! E adorei seu comentário. Obrigado pela atenção.

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