NEUZA DE O. CALDAS

Hoje faz um ano que você se foi mamãe. E não faz um único dia que não me lembre sobre seu amor e nossas conversas. Discutíamos sobre tudo, sim, sobre tudo e mais um pouco...

Não estou triste, pois aprendi a lidar com essa dor, que por um lado me dilacera a alma e que por outro me deixa feliz ao mesmo tempo, pois sei que você foi para um lugar infinitamente melhor que esse, que cá estou.

O que fica? Muita coisa, sua personalidade, seu jeito aguerrido de encarar a vida, sua constância, seu amor pelo saber, amor pelos livros, amor pelas pessoas que valem a pena, sim, muita coisa, que transpira por esse blog, nessas linhas tortas que me esforcei por escrever e quem sabe, pintar um "quadro" do que foi você. Tarefa árdua, pois como comprimir em alguns textos o que uma pessoa foi em vida? Muito difícil por sinal, aliás, praticamente impossível, mas que espero ter feito da melhor forma possível...
Que julguem então os leitores.

Termino citando sua citação predileta de Cornelius Castoriadis:

"Honrar um pensador não é elogiá-lo, nem mesmo interpretá-lo, mas discutir sua obra, mantendo-o, dessa forma, vivo, e demonstrando, em ato, que ele desafia o tempo e mantém sua relevância."

Mas você não teve nenhuma obra publicada em vida, porém, sua obra foi sua própria vida, cosmovisão, exemplo, ética, coerência, caráter e personalidade, dessa forma - isso foi sua carta escrita e aberta a todos que se achegaram a junto de ti e que lhe conheceram, e isso por si só fala e falará muito mais que mil páginas escritas num livro...


Soli Deo Gloria.


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