sábado, 26 de novembro de 2011
CRÔNICAS AVULSAS: TEOLOGIABILIDADE
Extraído do site: http://jr-art.net em 26-11-11 - Center of Tel Aviv, Inside out Project spreads through the city!
Há um tempo atrás eu e minha irmã socorremos uma vizinha, que tinha se acidentando involuntariamente em sua própria casa, vindo a quebrar seu dedo mindinho do pé, numa batida na quina do seu fogão acidentalmente. Após o diagnóstico médico, ela ficou sabendo que ficaria de molho por pelo menos mais de um mês.
Depois de algumas semanas, minha irmã que era mais próxima a ela, fez contato para saber como iam às coisas, e depois de conversarem por algum tempo, ela desabafou:
“Creio que foi Deus que permitiu que isso me acontecesse, pois acho que Ele me livrou de coisas piores que poderiam me acontecer.”
Quando minha irmã me contou isso, confesso que fiquei sem eira nem beira, pois sabia que ela professa uma fé religiosa cristã, e fiquei a pensar com meus botões, de onde ela conseguiu tirar essa formulação a respeito de Deus.
Não é preciso ser um erudito em Bíblia, para se saber que o princípio primordial de Deus em relação aos homens e mulheres, é pautado pelo amor. Então, como Deus, poderia infringir um sofrimento aos seus, para lhe pouparem de cosias supostamente piores que lhe poderiam acontecer? Aliás, como podemos dizer que algo de pior poderá nos acontecer, se somos seres finitos? Se Deus é amor, por que ele vai nos impor algum sofrimento?
Na Bíblia temos muitos exemplos de sofrimentos que, como o de Jô, não tem nehuma relação com o “castigo provisório” de Deus. Em todos os milagres de cura, Jesus destruiu a idéia, amplamente aceita naquele tempo, de que o sofrimento – cegueira e lepra, entre outros males – se abate sobre pessoas que o merecem. Jesus entristeceu-se por muitas coisas que acontecem neste mundo, sinal certo de que Deus as lamenta muito mais que nós. Nenhuma vez Jesus aconselhou alguém a aceitar o sofrimento como vontade de Deus.
Assim como o técnico Tite inventou uma palavra que não existe em nosso dicionário, a famosa: “treinabilidade”, creio que muitos cristãos, inventam uma “teologiabilidade” sem fundamento nenhum na Bíblia e na vida. Aliás, o que se pode esperar de tempos sombrios que estamos vivendo em termos de cristianismo?
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