sábado, 19 de agosto de 2017

CRÔNICAS AVULSAS: CONECTADOS E FELIZES?


NARCISO (1597 – 1599) DE CARAVAGGIO


Que vivemos imersos na era virtual – é fato líquido e certo. Toda a tecnologia trouxe avanços significativos para todos nós, e como não poderia deixar de ser - em uma via de mão dupla, trouxe também suas mazelas. Vivemos em uma era de hiper exposição. Haja vista os programas de Reality Shows. Nunca a frase de Andy Warhol, teve tanto sentido para muitos: “No futuro, todos terão seus quinze minutos de fama.” O futuro que ele se referia já chegou.

Estudos recentes apontam que buscar parceiros em aplicativos de encontro (como o Tinder) pode prejudicar a autoestima e deixar as pessoas mais infelizes com sua imagem. Ter fotos a todo momento nas redes sociais sob a avaliação dos outros, que vão definir se um “potencial candidato” desperta ou não interesse e desejo, gera uma sensação de insegurança que vai influenciar negativamente nossas emoções.   

Segundo a pesquisa, pessoas que usavam aplicativos estavam menos felizes com sua imagem corporal, se preocupavam mais em parecer atraentes e se comparavam mais com os outros. Quem não estava conectado perdia menos tempo checando sua aparência porque não sentia a necessidade de ser “validado”.

Esses aplicativos priorizam as fotos, e deixam pouco espaço para que as pessoas possam realmente se conhecer e saber sobre seus valores básicos e formadores. Pois é um engano pensar que a beleza é o fio norteador de uma relação, óbvio que num primeiro momento ela pode muito chamar a atenção, mas, a longo prazo não é nem de longe o que seguro uma relação. Caso contrário, Angelina Jolie e Brad Pitt, ainda estariam juntos. Não?

Pesquisadores da Universidade do Norte do Texas, nos Estados Unidos, alertam que quem abusa dos aplicativos pode correr o risco de ficar buscando ideais de beleza definidos socialmente que são, muitas vezes, inalcançáveis, o que pode atrapalhar o bem-estar físico e emocional. Entre os homens avaliados, o nível de autoestima foi ainda mais baixo do que entre as mulheres. Os resultados foram publicados no periódico Body Image e divulgados pelo jornal britânico Daily Mail.

Creio que o mundo virtual exista ao redor de nós, como um monstro ou um anjo, dependendo do lado pelo qual o abordamos. O homem e a mulher – na presente era moderna foram condenados a ser manipulados pelo excesso de comunicação e auto-exposição, a oferta é maior do que a procura. O mundo virtual é um salto sem rede no espaço.

Cuidado...


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