NARCISO
(1597 – 1599) DE CARAVAGGIO
Que vivemos imersos na era
virtual – é fato líquido e certo. Toda a tecnologia trouxe avanços
significativos para todos nós, e como não poderia deixar de ser - em uma via de
mão dupla, trouxe também suas mazelas. Vivemos em uma era de hiper exposição.
Haja vista os programas de Reality Shows. Nunca a frase de Andy Warhol, teve
tanto sentido para muitos: “No futuro,
todos terão seus quinze minutos de fama.” O futuro que ele se referia já
chegou.
Estudos recentes apontam que
buscar parceiros em aplicativos de encontro (como o Tinder) pode prejudicar a
autoestima e deixar as pessoas mais infelizes com sua imagem. Ter fotos a todo
momento nas redes sociais sob a avaliação dos outros, que vão definir se um “potencial
candidato” desperta ou não interesse e desejo, gera uma sensação de insegurança
que vai influenciar negativamente nossas emoções.
Segundo a pesquisa, pessoas que
usavam aplicativos estavam menos felizes com sua imagem corporal, se preocupavam
mais em parecer atraentes e se comparavam mais com os outros. Quem não estava
conectado perdia menos tempo checando sua aparência porque não sentia a
necessidade de ser “validado”.
Esses aplicativos priorizam as
fotos, e deixam pouco espaço para que as pessoas possam realmente se conhecer e
saber sobre seus valores básicos e formadores. Pois é um engano pensar que a
beleza é o fio norteador de uma relação, óbvio que num primeiro momento ela pode
muito chamar a atenção, mas, a longo prazo não é nem de longe o que seguro uma
relação. Caso contrário, Angelina Jolie e Brad Pitt, ainda estariam juntos.
Não?
Pesquisadores da Universidade
do Norte do Texas, nos Estados Unidos, alertam que quem abusa dos aplicativos
pode correr o risco de ficar buscando ideais de beleza definidos socialmente
que são, muitas vezes, inalcançáveis, o que pode atrapalhar o bem-estar físico
e emocional. Entre os homens avaliados, o nível de autoestima foi ainda mais
baixo do que entre as mulheres. Os resultados foram publicados no periódico Body Image e divulgados pelo jornal
britânico Daily Mail.
Creio que o mundo virtual
exista ao redor de nós, como um monstro ou um anjo, dependendo do lado pelo
qual o abordamos. O homem e a mulher – na presente era moderna foram condenados
a ser manipulados pelo excesso de comunicação e auto-exposição, a oferta é
maior do que a procura. O mundo virtual é um salto sem rede no espaço.
Cuidado...
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