Dentro do seu universo ficcional, penso que sua obra mais festejada e aclamada, seja “Cem Anos de Solidão”, publicado em 1967, e que levou 15 anos para ser concluída. Essa obra pode gerar certo tipo de confusão e incompreensão para quem lê ou um amor a primeira vista. Pois nela temos um comboio carregado de cadáveres. Uma população inteira que perde a memória. Mulheres que se trancam por décadas numa casa escura. Um homem que arrasta atrás de si um cortejo de borboletas amarelas. São esses alguns dos elementos que compõem o exuberante universo deste romance, no qual se narra a mítica história da cidade de Macondo e de seus inesquecíveis habitantes. Talvez, para aqueles que não conhecem o realismo mágico, estranhem a obra inicialmente, podendo achar ela – mirabolante demais.
Contudo, como um bom romance tem der ser, e seguindo o conselho de Ernest Hemingway (que é uma de suas influências), que disse o seguinte: “A verdadeira ficção deve provir de tudo o que a gente já conheceu, viu, sentiu ou aprendeu.” Portanto, García Márquez, sempre parte desse pressuposto, e a partir desse alicerce de – verdade desenvolve suas obras, e acrescenta o toque de ficção. Que atinge seu mais alto ponto, quando confunde o leitor, que não consegue saber onde acaba e onde começa a ficção e a realidade/verdade, pois ambas estão intrinsecamente ligadas, e andam sob uma linha muito tênue. Eis o grande ponto que qualquer escritor busca. E isso, Gabo, (que é seu apelido) é notável e um grande mestre. Ou seja, encantamento e espanto diante das coisas mais cotidianas e naturalidade diante das maravilhas: por estas veredas se constrói a narrativa de García Márquez.

Os caminhos espanhóis de La Mancha nunca serão os mesmos, depois de Dom Quixote, principalmente para os leitores. Do mesmo modo, os caminhos e descaminhos caribenhos e colombianos assumem novos contornos, pois fazem parte da ficção de Gabriel. A literatura bebe nas fontes da realidade; assim como a realidade, tantas vezes, necessita da literatura. A prosa de García Márquez, que incorpora tanto a tradição ficcional européia como as tradições da oralidade e das lendas do interior da Colômbia, nos instiga a desvendar um cosmos narrativo em que temas e personagens se desdobram.
Na epígrafe do livro autobiográfico de Gabriel García Márquez, chamado: “Viver para Contar”, lemos a seguinte frase dele: “A vida não é o que a gente viveu, e sim o que a gente recorda, e como recorda para contá-la.” E García Márquez, sabe como poucos a arte de contar, eis um belo convite de leitura, para esse ano de 2009, que se inicia. Aconselho começar por: (1) O Amor nos Tempos do Cólera – inclusive virou um excelente filme; (2) Crônica de Uma Morte Anunciada; (3) Ninguém Escreve ao Coronel; e por fim (4) Cem Anos de Solidão, creio que depois disso, esse autor, será um dos seus prediletos, assim como é uns dos meus...
Na epígrafe do livro autobiográfico de Gabriel García Márquez, chamado: “Viver para Contar”, lemos a seguinte frase dele: “A vida não é o que a gente viveu, e sim o que a gente recorda, e como recorda para contá-la.” E García Márquez, sabe como poucos a arte de contar, eis um belo convite de leitura, para esse ano de 2009, que se inicia. Aconselho começar por: (1) O Amor nos Tempos do Cólera – inclusive virou um excelente filme; (2) Crônica de Uma Morte Anunciada; (3) Ninguém Escreve ao Coronel; e por fim (4) Cem Anos de Solidão, creio que depois disso, esse autor, será um dos seus prediletos, assim como é uns dos meus...
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