terça-feira, 9 de junho de 2009

EXCERTOS DA 7ª ARTE (PARTE V)



"SIBERIAN DOGS IN THE SNOW" (1909/1910), DE FRANZ MARC


“Um cachorro não precisa de carrões, de casas grandes ou roupas de marca. Um graveto está ótimo para ele. Um cachorro não se importa, se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Dê seu coração para ele, e ele lhe dará o dele. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?”

Colhi essa frase, num filme que me surpreendeu, cujo nome é: MARLEY & EU, que é do mesmo diretor (David Frankel), que fez “O diabo veste prada”. Para os que se acham “homens” demais, por favor, não assistam esse filme, realmente para vocês, será um desperdício de tempo. Aliás, sugiro que vejam: Rambo, Duro de Matar, Exterminador do Futuro ou coisas do gênero; que irão lhes proporcionar uma enorme reflexão e alargamento dos vossos horizontes. Será?

O filme se baseia no best-seller mundial: “MARLEY & EU”, cujo autor é John Grogan. Vi o filme, com meu cachorro Sansão (mistura de Poodle Toy com Yorkshire). E graças a Deus, ele não chega a ser a metade do Marley. Confesso que não tive a oportunidade de ler o livro, embora sempre o veja nas livrarias que freqüento, realmente – nunca despertou em mim o interesse em ler. O longa se refere há um jornalista (Own Wilson) que, em parceria com sua esposa (Jennifer Aniston), decidem adotar um cachorro, para terem o gosto e quem sabe, aplacar um pouco o prazer e necessidade – da paternidade. Todavia, nunca poderiam imaginar, o quanto suas vidas seriam marcadas, por esse cão. E como dizia Mark Twain: "Se você pega um cachorro faminto e o torna próspero, ele não morderá você. Esta é a principal diferença entre um cachorro e um homem.” Pura verdade!

Assim que o filme terminou, veio imediatamente em minha mente, um lindo poema do Mario Quintana, que se chama – DEFICIÊNCIA:

“Deficiente” é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

“Louco” é quem não procura ser feliz com o que possui.

“Surdo” é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

“Mudo” é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

“Paralítico” é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

“Diabético” é quem não consegue ser doce.

“Anão” é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois “Miseráveis” são todos que não conseguem falar com Deus”.

Relatando minhas impressões do filme, com minha mãe, ela me disse de chofre: “Leia Eclesiastes 7.2, me parece, que o clímax do filme, gira em torno do que está escrito lá.”

Fui atrás do texto sagrado, e eis o que ele diz: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração”.
Sábias palavras do Qoheleth hebreu. Mais tarde, ela complementou:

- Lembre-se sempre do mestre Guimarães Rosa também, quando ele dizia: “Penso que chega um momento da vida da gente em que o único dever é lutar ferozmente por introduzir no tempo de cada dia, o máximo de ‘eternidade’.”


Se depois, disso tudo você não entendeu nada do que quero dizer sobre o filme, não se intrigue, essa foi justamente a intenção, para que você leitor, assista também ele, e tire suas próprias conclusões...


***

1 comentários:

  1. Parabens pelo Blog!!
    Suas interpretaçoes e correlaçoes entre filmes e textos sao muito pertinentes...
    Voce esta indo no caminho certo, instigando a curiosidade do leitor.
    Esse filme realmente é magnifico, demonstraçao de amor e carinho sem preço.
    Parabens mais uma vez.

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