domingo, 31 de julho de 2011

PARIS: UMA FESTA MÓVEL EM SÃO PAULO




Ernest Hemingway (1898-1961) em seu monumental livro póstumo: “Paris é uma festa” disse: “Se você teve a sorte de viver em Paris, quando jovem, sua presença continuará a acompanhá-lo pelo resto da vida, onde quer que você esteja, porque Paris é uma festa móvel”. A cidade de São Paulo recende a Paris por todos seus poros e, também, é uma festa móvel instalada perenemente – graças a Cidade Luz.

Diz o senso comum que São Paulo não para, que somos a locomotiva do Brasil. Concordo com essas frases, pois refletem nosso espírito paulistano, nossa cidade e nosso povo. Porém, em alguns momentos, no entanto, é preciso parar, desacelerar e aquietar o coração para enxergarmos a nós mesmos; o que temos a nossa volta, ver o que fizemos e como chegamos até aqui.

As palavras de Antoine Saint-Exupéry, contidas no seu livro: “O pequeno príncipe” continuam mais atuais do que nunca: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.” Sempre que fizermos isso veremos a influência da França em tudo ao nosso redor. Desde vocabulário que incorporamos em nosso dia-a-dia, economia, arte, fotografia, teatro, gastronomia, cinema, cultura, literatura, moda, arquitetura, negócios, comportamento...

Em São Paulo sinto o chão da história e um legado cultural multifacetado. Uma polis autêntica em sua expressão máxima democrática de convivência.
Estima-se que somente na capital paulista tenhamos setenta nações diferentes coexistindo; destarte, seria impossível para nós paulistanos sairmos incólumes à cultura vanguardista francesa.

Em 2009 foi comemorado o “Ano da França no Brasil” e fomos brindados e emergidos ainda mais na cultura francesa, que permeia nossa cidade. Espetáculos de alto nível dos mais variados possíveis movimentaram São Paulo por inteira, um ano marcante para todos nós sem sombra de dúvida.

A famigerada “Virada Cultural” que é um dos exemplos de maior sucesso entre nós paulistanos (já incorporada a nossa agenda cultural) ocorre anualmente e ininterruptamente desde 2005, evento promovido pela prefeitura de São Paulo, cujo público estimado na (7ª Virada Cultural, ocorrida agora em abril de 2011) foi de quatro milhões de pessoas vindas de todas as partes do Brasil e do mundo.
A nossa “Virada Cultural” foi inspirada na “Nuit Blanche – Noite Branca” de Paris, que agora em outubro de 2011 completará 10 anos de existência; como se vê, a França está por todos os lados na cidade de São Paulo.

Na capital paulista existe uma diversidade cultural francesa já imersa e marcante. Se no início imaginávamos contrastes harmônicos e incongruências culturais advindas dessa cultura típica e corrente de uma grande metrópole fomos surpresos pela parceria e troca harmoniosa de culturas. Pois aqui encontramos, deveras, pérolas do hibridismo cultural: França/Paris – Brasil/São Paulo, cravados nos múltiplos personagens que compõem a cidade e em sua cultura.

Quando olhamos São Paulo do alto vemos um oceano de arranha-céus, motos, carros, ruas, parques, praças...
Um mar feito de concreto, pontes, guindastes, que impressionam pelo tamanho, mas se repararmos bem, e olharmos para dentro de nós, nossa cidade mostra sua face humana feita de encontros e desencontros, grandes aspirações, empreendedorismos, esperanças, tristezas, alegrias e sonhos. Vemos, sobretudo, uma megalópole heterogênea, que abriga várias culturas, absorve e aprende de todas sem ser reacionária em si própria; e que não perde sua identidade própria. Espaço público onde se misturam sotaques advindos do mundo inteiro. São Paulo tem muito da cultura francesa em seu próprio viver.

Por fim, novamente Hemingway, que escreveu assim no final de seu livro já citado: “Paris não tem fim [...]”.

E não tem mesmo...

***
Texto na modalidade de dissertação, enviado ao concurso da Aliança Francesa: "O que há de francês em São Paulo". O resultado dos ganhadores, sai no começo de setembro/2011.

1 comentários:

  1. Amei...

    Deu vontade de ir correndo para Paulista...adooooroooooo...sábado estava por lá..andei muito...vi muitas coisas mas ainda sinto que faltou muito para ver.

    Oh cidade boa!!!
    Tudo bem que onde moro é tranquilo, mas só que é tranquilo demais para uma paulistana de corpo e alma...saudades. As vezes enlouqueço com tanta calmaria...rs

    Esta é minha frase favorita: “Só se vê bem com o coração o essencial é invisível aos olhos”.
    Em tudo na vida consigo encaixa-la perfeitamente para definir qualquer situação...

    Se puder mande mais..



    Juliana Marcandalle Ferreira

    ResponderExcluir