“Acima de tudo, seja verdadeiro com você mesmo”. (O Caso Morel - Rubem Fonseca)
A máscara, surgiu com o Teatro do Grotesco (Teatro Grottesco), que seria radicalizado pelo Teatro do Absurdo, nos anos 50, com Ezio D’Errico (1892-1972) e outros explodindo a idéia de argumentos e encenação. O paradoxo da máscara – esconde, mas o quê? –, elemento mítico do teatro italiano, aparece em obras como Marionette, che passione!, de Rosso di San Secondo (1887-1956), e L’uccello del paradiso (O pássaro do paraíso), de Enrico Cavacchioli (1884-1954).
O nome do movimento foi tirado da pela La maschera e il volto (A máscara e o rosto), de Luigi Chiarelli (1884-1947), que é apresentada como um “grotesco em três atos”.
Acredito que a cada dia que passamos, vamos nos distanciando mais e mais desta máxima supra citada, pelo excelente escritor Rubem Fonseca, e vestindo máscaras. A culpa é de quem? Suspeito que tenho uma das respostas, a qual compartilho aqui com você caro leitor, que é nada mais nada menos que a malfadada opinião alheia. Sim, o terrível sentimento de: “o que será que os outros vão dizer ou pensar de mim, se fizer isso ou aquilo?”. E assim, podamos a nós mesmos. Sem ter o mínimo direito de ousar nesta vida. E passamos a viver como marionetes presas, as opiniões alheias. E vivemos uma vida cinzenta, onde reina a covardia, e falta coragem até para ser feliz.
Somos seres sociáveis é bem verdade, e assim sendo é notório a influência que a sociedade exerce em nossas vidas, bem como os meios de comunicações, e em especial a televisão. Que a cada novela das oito, dita algumas tendências e estilos, que são amplamente seguidos por alguns milhares dos nossos patrícios, para meu desatino. De tal modo, que nossa sociedade contemporânea pressiona de mil maneiras as pessoas a seguirem estes mórbidos padrões, porém ser igual a todo mundo não é o melhor caminho para a felicidade. Que é uma busca e anseio de todos alcança-lá...
Assim como trocar a individualidade pela dependência de outrem (e entenda-se aqui, como a própria sociedade encarnando esse outrem), é como a história do cego que carrega o aleijado nas costas: o primeiro usa a capacidade de andar e o segundo a de enxergar. Juntos eles se completam, mas nenhum experimenta totalmente seu potencial.
E me parte o coração, só de pensar, o quanto se perdeu de sublime na vida das pessoas, por essa maldição profética, que é: “o que será que pensarão de mim?”.
E desta forma fugimos da integridade para conosco mesmo. E vivemos uma vida pautada, pela incerteza. Hoje, porém, gostaria de lhe convidar, para ousar. Arriscar mais (com consciência), experimentar o belo, deixar de lado o que os outros pensarão, ou acharão de você. Mas ser você. Onde se conscientizar da real importância de ouvir sua própria alma, coração, para definir suas prioridades, já é um sinal de que sua vida está entrando em um rumo melhor. E que as amarras que lhe prendem, já estão com seus dias contados.
O grande mestre Fernando Pessoa, nos alerta conforme segue:
“Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje, não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu...
Fiz de mim o que não soube,
E o que podia de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não
desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara.
Estava pegado a cara”.
Viva sem máscaras alheias, e faça da sua vida um verdadeiro palco e a cada dia viva um novo espetáculo, cujo maior mote sempre se chamará: você. Pois se formos ligar, para o que é que vão falar, nunca faremos e nada seremos...
E tem coisa pior do que isso?
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
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