Quando já velho, confessou que somente sentiu, que o verdadeiro amor, foi o que sentiu por Danúbia Nasar. Embora tenha lutado com todas suas forças, para esquecê-lo; porém, sem sucesso.
Amores desfeitos, são como uma cicatriz no corpo; embora busquemos ofuscá-los, pois nos recordam – a dor, sempre a carregamos conosco. E mais cedo ou mais tarde, em nossas vidas – toparemos com elas.
Num dia, como tantos outros, da vida de Leandro, ele acordou e seguiu em suas rotinas matinais. Mas, sem mais nem menos, naquele dia sentiu um presságio, e a imagem de Danúbia, instalou-se em sua mente; como uma idéia que se aloja no pensamento, sem permissão. Achou estranho tudo aquilo, mas seguiu em frente, pois já se tinha passado mais de anos, do término do enlace. Quando estava em seu escritório, lendo; sua irmã, adentrou e lhe disse bruscamente:
- Não sabes, no que sonhei ontem à noite.
- Não mesmo. Disse ele com ironia e com um leve sorriso.
- Sonhei que estava se casando, com a Danúbia, e que iria morar aqui, com ela.
- Ainda bem que foi sonho. Retrucou, ele já meio sem jeito.
Só quando sua irmã se retirou, é que se deu conta da incrível sintonia e verossimilhança de pensamentos. E quando retomou a leitura, na página seguinte se deparou com essa frase de Luís de Camões:
“De Amor e seus enganos me fiz lavrador;
Semeava amor e colhia enganos.”
Suspendeu a leitura imediatamente, e enquanto fechava o livro, já se sentindo de volta a realidade da vida, lembrou-se de Balzac:
“Les grandes passions sont rares comme lês chefs – d’oluvres.”
“As grandes paixões, como as obras-primas, são raras.”
0 comentários:
Postar um comentário