VIDA

“ – Lutar. Podes escachá-los ou não; o essencial é que lutes. Vida é luta. Vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.” Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis.

O grande mestre Gonzaguinha, em uma de suas imortais músicas, chamada: “O que é, o que é”, começa com ela dessa forma, que acho bem interessante:

“E a vida / e a vida, o que é? Diga lá, meu irmão! / Ela é a batida de um coração / ela é uma doce ilusão? / E a vida... / Ela é maravilha ou é sofrimento? / Ela é alegria ou lamento? / O que é, o que é meu irmão?”

E quando reflito, sobre o que é a vida, tenho plena certeza que em nada ela se parece, com o que as novelas pintam. Uma realidade cor-de-rosa, em que nada de errado acontece, e que as pessoas são eternamente felizes o tempo todo. O pior é que muitas pessoas acreditam nessas falácias, e a encaram como uma verdadeira religião. De minha parte prefiro ficar com o conselho do Barão de Itararé – Apparicio Torelly: “A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.”

ÁRVORE DA VIDA (1905-1909), DE GUSTAV KLIMT

Então o que é vida? Sem ser pessimista ao estremo, e muito menos adepto a filosofia de Schopenhauer, penso que a vida não é fácil. Pelo contrário, é dura. E basta aplicar isso à realidade brasileira, se olharmos para fora do nosso umbigo – perceberemos isso. Além disso, acredito que dentro de cada pessoa, exista um buraco dos problemas, e me parece que toda vez que resolvemos um, outro ressurgi e toma o posto. E assim vivemos numa eterna luta. Onde o verdadeiro campeão, não será aquele que bate sem parar. Mas aquele, que suporta as pancadas que leva, e se mantém de pé; tornando a seguir em frente. Como dizia Soren Kierkegaard: “A vida só pode ser entendida olhando-se para trás. Mas só pode ser vivida olhando-se para frente.” Obviamente, que com o passado aprendemos muito, pelas nossas próprias experiências, boas, ruins e de superação. E viver a vida, olhando para frente, não desanimando, ante as lutas, que a vida reserva para cada um de nós. Fernando Sabino, aponta uma perspectiva de caminho:

“É preciso fazer da interrupção um caminho novo,
da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte,
da procura um encontro.”

Na arte de viver, o caminho sobremodo excelente é extrair o maior bem, de situações em que reinam o maior mal. Talvez, por isso, que o apóstolo Paulo, disse:

“Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”.

Contudo, bem sei o que disse Platão, a despeito das dificuldades: “Muitos são os que se rendem desanimados, os inspirados são muitos poucos.” Em qual grupo, você quer estar?