Dentro do seu universo ficcional, penso que sua obra mais festejada e aclamada, seja “Cem Anos de Solidão”, publicado em 1967, e que levou 15 anos para ser concluída. Essa obra pode gerar certo tipo de confusão e incompreensão para quem lê ou um amor a primeira vista. Pois nela temos um comboio carregado de cadáveres. Uma população inteira que perde a memória. Mulheres que se trancam por décadas numa casa escura. Um homem que arrasta atrás de si um cortejo de borboletas amarelas. São esses alguns dos elementos que compõem o exuberante universo deste romance, no qual se narra a mítica história da cidade de Macondo e de seus inesquecíveis habitantes. Talvez, para aqueles que não conhecem o realismo mágico, estranhem a obra inicialmente, podendo achar ela – mirabolante demais.
Contudo, como um bom romance tem der ser, e seguindo o conselho de Ernest Hemingway (que é uma de suas influências), que disse o seguinte: “A verdadeira ficção deve provir de tudo o que a gente já conheceu, viu, sentiu ou aprendeu.” Portanto, García Márquez, sempre parte desse pressuposto, e a partir desse alicerce de – verdade desenvolve suas obras, e acrescenta o toque de ficção. Que atinge seu mais alto ponto, quando confunde o leitor, que não consegue saber onde acaba e onde começa a ficção e a realidade/verdade, pois ambas estão intrinsecamente ligadas, e andam sob uma linha muito tênue. Eis o grande ponto que qualquer escritor busca. E isso, Gabo, (que é seu apelido) é notável e um grande mestre. Ou seja, encantamento e espanto diante das coisas mais cotidianas e naturalidade diante das maravilhas: por estas veredas se constrói a narrativa de García Márquez.
SONHO CAUSADO PELO VÔO DE UMA ABELHA EM TORNO DE UMA ROMÃ UM SEGUNDO ANTES DE ACORDAR (1944), DE SALVADOR DALÍ
Os caminhos espanhóis de La Mancha nunca serão os mesmos, depois de Dom Quixote, principalmente para os leitores. Do mesmo modo, os caminhos e descaminhos caribenhos e colombianos assumem novos contornos, pois fazem parte da ficção de Gabriel. A literatura bebe nas fontes da realidade; assim como a realidade, tantas vezes, necessita da literatura. A prosa de García Márquez, que incorpora tanto a tradição ficcional européia como as tradições da oralidade e das lendas do interior da Colômbia, nos instiga a desvendar um cosmos narrativo em que temas e personagens se desdobram.
Na epígrafe do livro autobiográfico de Gabriel García Márquez, chamado: “Viver para Contar”, lemos a seguinte frase dele: “A vida não é o que a gente viveu, e sim o que a gente recorda, e como recorda para contá-la.” E García Márquez, sabe como poucos a arte de contar, eis um belo convite de leitura, para esse ano de 2009, que se inicia. Aconselho começar por: (1) O Amor nos Tempos do Cólera – inclusive virou um excelente filme; (2) Crônica de Uma Morte Anunciada; (3) Ninguém Escreve ao Coronel; e por fim (4) Cem Anos de Solidão, creio que depois disso, esse autor, será um dos seus prediletos, assim como é uns dos meus...
Na epígrafe do livro autobiográfico de Gabriel García Márquez, chamado: “Viver para Contar”, lemos a seguinte frase dele: “A vida não é o que a gente viveu, e sim o que a gente recorda, e como recorda para contá-la.” E García Márquez, sabe como poucos a arte de contar, eis um belo convite de leitura, para esse ano de 2009, que se inicia. Aconselho começar por: (1) O Amor nos Tempos do Cólera – inclusive virou um excelente filme; (2) Crônica de Uma Morte Anunciada; (3) Ninguém Escreve ao Coronel; e por fim (4) Cem Anos de Solidão, creio que depois disso, esse autor, será um dos seus prediletos, assim como é uns dos meus...
***
0 comentários:
Postar um comentário