domingo, 13 de junho de 2010

TEMPOS SOMBRIOS




Essa placa com os dizeres “Arbeit Macht Frei” significa (O Trabalho Liberta). Fica no portão de entrada do antigo campo de concentração em Auschwitz, na Polônia.


A priori, leia com calma e devagar essas frases, pense, reflita e só depois prossiga na leitura.

“Perdi tudo que tinha, exceto a vida”. _Otto Frank, pai de Anne Frank

“A melhor coisa é poder escrever todos os meus pensamentos e sentimentos; caso contrário iria me sufocar.” _Anne Frank

“Uma única Anne Frank nos toca mais o coração do que os inúmeros que sofreram como ela, mas cujas imagens permanecem nas sombras. Talvez tenha que ser assim: se nos fosse possível sofrer o sofrimento de todas aquelas pessoas, não poderíamos viver.”
_Primo Levi

“Eu me pergunto: será necessário que uma pessoa morra, se torne mártir e tenha seus escritos publicados postumamente, para que seja aceita e respeitada por seus vizinhos?”
_Irene Frisch

“Dentre os muitos que através da historia, em tempos de grande perda e sofrimento, se pronunciaram pela dignidade humana, nenhuma voz é mais contundente do que a de Anne Frank.”
_John F. Kennedy

“Quando estávamos presos na ilha Robben, vários de nós lemos o diário de Anne Frank, que nos transmitiu muita coragem.”
_Nelson Mandela, que ficou presa nessa ilha por 27 anos.

“O diário mostra a imensa tragédia do Holocausto, o desperdício de vidas humanas e de talentos, e o preço que foi pago, porque as pessoas livres não agiram a tempo de barrar os movimentos totalitários.”
_Yehuda Lev

“O legado de Anne Frank está presente entre nós e seu conteúdo ainda faz sentido, sobretudo nesta época, quando o mapa do mundo está mudando e paixões negativas se apoderam dos povos.”
_Vaclav Havel



Quando me debruço sobre um texto sagrado para vir a escrever algo sobre ele, achego-me a sua presença com profunda reverência, temor e tremor. Fora isso, confesso que nenhum outro tipo de texto, aflora em mim esses mesmos sentimentos, tão latentes que sinto quando leio a Palavra de Deus.
Hoje, porém, quando me acheguei a Anne Frank, os mesmos sentimentos da bíblia, tomaram conta do meu ser. E tive profunda reverência por ela e acima de tudo – RESPEITO.

Senti tudo isso também quando fui ver sua exposição aqui em São Paulo (de 20 de abril a 02 de maio-2010), cujo título era: ‘Anne Frank, uma história para Hoje’, no Espaço Cultural do Hotel Feller. Essa mostra, organizada pela Anne Frank House, já percorreu mais de 50 países e é composta por 30 painéis com documentos, textos, cartas e fotografias da menina que morreu aos 15 anos em um campo de concentração e teve seu diário publicado em 1947. Hoje é um dos livros mais traduzidos em todo o mundo. O diário trouxe à tona o horror perpetrado contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.

Sou fã de Lima Barreto e adoro essa frase sua:

“... a arte literária se apresenta com um verdadeiro poder de contagio que o faz facilmente passar de simples capricho individual, para traço de união, em força de ligação entre os homens (...) a Literatura reforça o nosso natural sentimento de solidariedade com os nossos semelhantes...”
_Clara Dos Anjos, de Lima Barreto – Posfácio de Carlos Faraco – Série Bom Livro – Ed. Ática.

Solidariedade. Solidariedade. Solidariedade.

Eis que lanço uma questão para reflexão: “Esse sentimento de solidariedade, existe em nosso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva?”

Muitos dirão sem pestanejar:
1 – Claro que existe! Não vês o bolsa família!
2 – Já viu o que ele faz pelos pobres do nosso Brasil?
3 – O que ele fez pela nossa economia, que vai excelente, singrando as “marolinhas” da economia mundial;
4 – És um louco, ao levantar uma questão dessas! Nosso presidente é “O CARA”, e esse elogio veio de Barack Obama, tens noção do que isso representa?
5 – Já vistes os altos e maciços índices de aceitação do mesmo, frente a nossa população?

Respondo a todas essas questões, citando ipsis litteris o filósofo dinamarquês do século XIX, Soren Kierkegaard:

“A multidão é a inverdade. A verdade está sempre na minoria.”

Mas não me eximo, vamos aos fatos, aliás, contra os fatos não há argumentos.
Questões 1 e 2, respondo nos remetendo a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988, lei pétrea essa por sinal, que nos diz:

CAPÍTULO II DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010).

Ou seja, isso que Lula faz, não é mais do que sua obrigação como Presidente, e este como tal deve cumprir o que rege nossa constituição de forma integral. Pois essa mesma constituição nos diz no final do art.1º que:

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Ele tem de fazer isso para nós! E não é um louvou tal atitude, pelo contrário, é uma das coisas que seu alto cargo da nação brasileira exige que o mesmo faça. Agora pergunto, será que ele preenche tudo que rege nossa Constituição? Pergunte-se a você mesmo, mas antes olhe para o Brasil todo, e depois achará a resposta.

Mas como bom “bravateiro-marketeiro” que é nosso excelentíssimo Presidente, ele sopra aos quatro ventos, que somente a partir dele e tão somente por ele, esses projetos sociais foram implantados para a população brasileira carente, notadamente no nordeste brasileiro. Tal atitude é leviana, pois ele omite de propósito que a finada e excelente ex-primeira dama nossa, Ruth Cardoso, na gestão de seu marido como Presidente, já tinha lançado esses alicerces. Lula, só veio e deu seqüência em algo que já tinha sido feito antes. Aliás, não duvido nada, de que um dia nosso excelentíssimo Presidente Lula, não diga que foi ele que descobriu o Brasil, pois só falta isso ele para dizer.
Obs. Não entro no mérito da questão, se essas ações como o bolsa família é bom ou ruim, pois isso é assunto para outro post nesse blog. Pois é demasiadamente extenso tal mote.

Questão 3, é muito simples e óbvia demais, basta olharmos para os brasileiros que perderam seus empregos com a crise mundial, e somente sendo muito inocente, para pensar que a economia brasileira passou incólume a isso tudo. Devemos voltar o nosso olhar para as inúmeras pessoas que trabalhavam nas montadoras de nosso país e para os ex-funcionários da EMBRAER de São José dos Campos e ter a coragem de dizer: “A crise mundial, não passa de uma marolinha aqui no Brasil.” Será que os tais que defendem nosso presidente e sua gestão ferrenhamente, como o melhor dos mundos, teriam essa coragem? Creio que não, pois “em casa de ferreiro, o espeto é de pau”.

Questões 4 e 5, nos remete a frase de Kierkegaard. A resposta está lá.

Posto tudo isso, vamos unir agora essa urdidura toda descrita até aqui.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que o holocausto promovido contra os judeus é um "mito". O mesmo disse isso em 14 de dezembro de 2005, pronunciou ao vivo pela televisão: "Eles inventaram um mito de que os judeus foram massacrados e colocam isso acima de Deus, religiões e profetas".


Aí para meu desatino, sanha e asco (tudo ao mesmo tempo), o nosso. Sim, o NOSSO PRESDIDENTE LULA, se confraterniza com um ser humano dessa estirpe, posa para fotos ao seu lado, o cumprimentando com um aperto de mão e um largo sorriso estampado no rosto. Não obstante a isso, abre as portas da nossa nação para o mesmo (pois ele esteve aqui no Brasil), enquanto o mundo todo – Conselho de Segurança da Onu, vota sanções a esse Presidente e ao Irã.




O Brasil nessas eleições que se avizinham, terá a oportunidade de responder a tudo isso em alto e bom tom. Tudo dependerá de nós e das nossas escolhas. A frase de Lima Barreto, me angustia:

"O Brasil não tem povo, tem público."

Oxalá, que eu tenha lançado um ínfimo (que seja) feixe de luz para você caro leitor ou leitora, e que ao ir votar tenha outra atitude, na escolha do nosso próximo Presidente da República do Brasil. Contudo, nunca é demais dizer: Cuidado. Cuidado. Cuidado!

E elucubre, elucubre, elucrubre:

“É óbvio que isto requer reflexão; e a irreflexão – a imprudência temerária ou a irremediável confusão ou a repetição complacente de verdades que se tornaram triviais e vazias – parece ser uma das principais características do nosso tempo. O que proponho, portanto, é muito simples: trata-se apenas de refletir sobre o que estamos fazendo.”

_“A condição humana” – Hannah Arendt, 10º edição. Forense Universitária, pg. 13. São Paulo, 2004.

Chega de fotos de lugares sinistros e integrantes da página negra da história da nossa unidade e de homens pífios, tacanhos e pusilânimes supra citados. Eis nossa heroína, pois deu a "conta" já destes que não prestam:




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