sábado, 21 de janeiro de 2017

CRÔNICAS AVULSAS: MEU AMOR E WOODY ALLEN



Se for verdade que os opostos se atraem, então os dispostos se eternizam! Lembro que o nosso primeiro beijo foi na Cinemateca de São Paulo. Isso por si só já era um prenúncio sobre a importância que o cinema teria em nossa relação e em nossas vidas. Eu realmente acredito que o que da liga para um casal, são mais as coisas em comum do que as díspares. E nesse sentido, ambos temos um amor declarado pelo cinema.

A Alexandra ainda não conhecia o Woody Allen, e a primeira vez em que eu o apresentei para ela – foi com o filme: “Meia Noite Em Paris”. Foi amor imediato. Ela inclusive (já até perdi as contas) já reviu esse filme várias vezes – e eu também. Com o Woody Allen não temos o meio termo. Ou você o ama ou odeia – simples assim. Ela optou por amá-lo – sábia decisão.

As palavras são do Gilberto Gil, quando ele completou 70 anos: “Me dou cada vez menos importância!”. E isso se aplica precisamente na obra do Woody Allen, pois acredito que ele não tenha um ego nas alturas (muito embora já tenha ganhado inúmeros prêmios e sua obra e genialidade sejam reconhecidos mundialmente). Ou seja, ele pouco se importa com os clichês estabelecidos pelo cinema. Sua obra vai na contramão de tudo. E por isso mesmo o torna genial, único e autêntico. Uma das múltiplas leituras que ele nos proporciona para entendermos a nós mesmos é que toda vez que nos acreditamos “especiais” demais – nos tornamos na verdade é patéticos.

Quando assistimos aos seus filmes, vemos sua transparência e inspiração. Trata-se de um cineasta que passou anos tentando entender e diagnosticar as neuroses humanas – as suas, inclusive. Quando um cineasta consegue alterar entre o humor e a melancolia – ele alcança o sucesso, mas quando as mesmas coisas são alegres e melancólicas em simultâneo, é simplesmente sublime. Woody Allen é sublime nesse aspecto.

Em casa temos um verdadeiro arsenal sobre o Woody Allen. DVDs, livros de críticos comentando sua obra e claro: biografias! O Netflix também potencializa ainda mais nosso conhecimento sobre ele, contudo, quem mais o vê é a Alexandra, eu acabei ficando para trás nessa maratona.

Enquanto deitava essas palavras nessa crônica, me veio à mente uma frase do Alec Baldwin no filme: “Para Roma com Amor”. Ele em dado momento ele diz: “Maturidade talvez não seja sinônimo de sabedoria e sim de exaustão. Quanto mais o tempo passa, mais se torna necessário simplificar a vida”. Por filmar em diferentes cidades do planeta (enchendo nossos olhos com suas belezas ímpares: Londres, Barcelona, Nova Iorque, Roma, Paris...) extraindo delas o que há de melhor, mas sem nunca deixar de unificar as fraquezas e grandezas humanas, que são iguais em qualquer lugar e por nos ajudar a simplificar nossa vida – meu sincero: muito obrigado!

***

4 comentários:

  1. Linda homenagem ao meu queridinho Woody Allen, amor! Um dos melhores livros que li na vida foi sua biografia. Me identifiquei muito com ele, com sua personalidade, com o seu jeito de ser, de agir e de ver a vida. A história da sua vida é muito inspiradora e claro, guardada as devidas proporções, sua personalidade solitária na infância se parece muito com a minha. Seus filmes são inteligentes, engraçados, intelectuais​ muitas vezes. Eu simplesmente AMO💜! Beijo! 😘😘😘😘😘

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  2. Oi Alexandra, boa noite!

    Perfeito sua interação. Obrigado pela visita...

    Bjs,

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  3. Estou lendo um livro sobre criatividade em que o autor conta um pouco do processo criativo do Allen. SENSACIONAL! Eu fiquei com vontade de testar a forma de trabalho dele, para ver se funciona para mim.
    Quando li o seu texto, não pude deixar de me lembrar. :)

    Beijos,

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    1. Oi Fê, que bom! Fico feliz!!! Depois me passa o nome desse livro. Abraços...

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