sexta-feira, 25 de março de 2011
EXCERTOS DA 7ª ARTE (PARTE XI)
“Gostaria de ser lembrado como um negro, que ganhou o título do peso pesado, que tinha muito bom humor e que tratava a todos de maneira igual. Um homem que nunca olhou para baixo para aqueles que olhavam por cima dele”.
_Cassius Marcellus Clay Jr. ou o popularmente conhecido: Muhammad Ali.
Adoro filmes sobre boxe. Quando adolescente até tentei ser iniciado nessa arte, mais meu desempenho era pífio e não tinha talento algum; para meu consolo, busquei alento no futebol, que me acolheu de braços abertos. Contudo, não obstante a isso, consegui ainda fazer 6 meses de academia, que me foram: sofríveis, doloridos e cansativos; mas, algumas lições perduraram até os dias de hoje...
Quando me ponho a escrever esse texto, ainda me lembro da fisionomia do professor Francisco, se esforçando para me ensinar algo. Engraçado que sempre tive memória excelente desde pequeno (graças a Deus por isso) e uma das suas lições que repetidas vezes ele me dizia era essa:
“Marcelo, o boxe é um ato antinatural; porque tudo nele é ao contrário. Se quiser ir para a esquerda, não vá para a esquerda, empurre com o dedão direito. Para ir para a direita, use o dedão esquerdo. Em vez de fugir da dor, como gente normal faz, vá em frente e encare-a. Tudo no boxe é invertido; entendeu?”
Fazia sinal que sim com a cabeça, e ia sempre embora para casa ruminando sobre suas palavras. Creio que suas lições de jabs, ganchos etc., nada ficou, porém, suas palavras jamais se apartaram de mim. E vejam só, porventura a vida por si só também não é um ato antinatural como o boxe?
Recentemente assisti ao excelente filme: O VENCEDOR, que trata dessa temática do boxe, o filme é baseado em fatos reais; pois conta a história de Mick Ward; lendário boxeador americano. A película rendeu a Christian Bale e a Melissa Leo, o Oscar de melhor ator e atriz coadjuvantes. Aliás, a atuação de Bale (Dick Ward, irmão e treinador de Mick Ward) foi espetacular, creio que ele desforrou sua atuação passada em Batman – Cavaleiro das Trevas, quando simplesmente foi engolido por Heath Ledger (o Coringa) que levou no ano de 2009 o prêmio de melhor ator coadjuvante; Bale nesse filme era o Batman.
No filme a questão familiar é levada ao ponto máximo, e vemos os conflitos, imperfeições e dilemas (que toda família possui) em alto e bom som. Essa é uma parte importante do filme, que nos faz refletir muito. Aliás, como disse Liev Tolstói na abertura do seu monumental romance Anna Karenina: "Todas as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira."
Outra parte que saltou aos meus olhos foi à superação de Dick Ward (Christian Bale) no filme, pois, superou o crack e a prisão. Fascinante sua reviravolta.
No filme, Mick Ward, disse que: “Sim, o boxe é como o xadrez. Nem todos os golpes são para ganhar.” Arrisco parafrasear: “Não pense que o filme O Vencedor, embora de boxe, seja só sobre isso; pois, vai muito além...”
Evoé ao boxe e não para Baco!
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