terça-feira, 12 de julho de 2011
CRÔNICAS AVULSAS: UM ÔNIBUS PARA AS ESTRELAS
Cazuza cantava em sua música “Um trem para as estrelas” o seguinte refrão: “Num trem pras estrelas / Depois dos navios negreiros / Outras correntezas.” Onde eu moro, não tem um trem, mas, temos um ônibus que me levou muitas e muitas vezes as estrelas. Através dele, conheci mundos e desbravei florestas, singrei oceanos e nunca mais fui o mesmo...
Ele atende pelo nome de: Ônibus-Biblioteca, projeto da Prefeitura de São Paulo, que consiste numa proposta inusitada de biblioteca, pois a mesma vai até determinados bairros, uma vez por semana para emprestar livros aos que quiserem e na semana seguinte os usuários devolvem ou renovam os mesmos.
Onde eu moro, Jardim Ângela, eles vem toda 3ª feira. E pude observar quando topei com os mesmos por aqui, que continuam ainda a fazer o mesmo sucesso de outrora com as crianças e adolescentes. O que me deixou extremamente feliz. Salvo de engano meu, todos os livros da Ruth Rocha, Ziraldo e Monteiro Lobato eu devorei, fora os almanaques, que eram disputadíssimos e muitos outros... Época mágica essa, quiçá eu pudesse voltar no tempo...
Mas como dizia o mesmo Cazuza: “Porque o tempo, o tempo não pára”. De fato não pára, mas no instante em que pude ver as crianças com os livros em punho, saindo do Ônibus-Biblioteca com um largo sorriso no rosto, como se estivessem com o mais belo troféu do mundo, ele parou, bem diante dos meus olhos...
Essa é a magia da literatura! Que pertence a outras correntezas do nosso breve viver...
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Crônicas
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