quinta-feira, 14 de julho de 2011

CRÔNICAS AVULSAS: QUEBRAMOS O ALTAR E AGORA: JOSÉS E MARIAS?



Eduardo Kobra, "Welcome to Amazônia" localizado na Av. Rebouças, 167, com 7 m x 5 m.



Idem, sem nome ainda, localizado na Rua Alvarenga, 2.400, com 10 m x 5 m.



Idem, "Navio Baleeiro" obra crua e forte, baseada em uma cena da caça de uma baleia pelo navio Yushin Maru, fica localizado na Rua Domingos de Morais, não disponho do nº e medidas. O rapaz caminhando ao lado é o próprio muralista e artista plástico: Eduardo Kobra.



Já não tenho mais paciência para ouvir falar, em: Tratado de Kyoto, ECO-92, Agenda 21, que o desmatamento da Amazônia vem crescendo, Al Gore e seu documentário: “An Inconvenient Truth (Uma verdade incontestável), o partido PV com suas chamadas ecológicas na TV, o hippie do Carlos Minc e a Presidenta Dilma e afins com suas bravatas ecológicas...

Cansei das verborragias; quero ações. Que a situação vai de mal a pior, é de conhecimento de todos.

As palavras: “desenvolvimento sustentável” tornaram-se um verdadeiro mantra sagrado ou seria mais para um toque de Midas?

Essas palavras expandiram-se para todos os seguimentos e em todas as esferas. Hoje, empresas extremamente capitalistas como os bancos, se dizem empresas sustentáveis. Virou moda. Aliás, modinha – mainstream. Uma verdadeira: lástima!

Penso que quando ouvirmos tudo isso que é dito e veiculado em todas as mídias, deveríamos pensar, o seguinte: “E eu?”. Sim, “eu” Josés e Marias, onde entramos nessa história? O que estamos fazendo por um mundo melhor? Quais ações temos feito em nossos lares, para mudar esse quadro catastrófico? Que tipo de educação estamos passando aos nossos filhos e filhas, no tocante ao meio ambiente? O que temos feito para irmos contra essa correnteza, que mais cedo ou tarde irá nos matar?

Adoro o escritor moçambicano Mia Couto, eis o que ele disse num dos seus monumentais livros: "Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra" - Ed. Companhia das Letras, pág. 93:

"Quando a terra,
se converte num altar,
a vida se transforma numa reza".


E agora José? E agora Maria?

Quebramos o altar da natureza, todos (sem exceção) são culpados, e o que vamos fazer? Massagear nossos egos, com a propaganda falaciosa da mídia, para nos sentirmos melhores? Ou realmente mudar de fato, levantar o traseiro da acomodação e agir? Esperar que tudo melhore como num passe de mágica bem diante dos nossos olhos, sem ações da nossa parte é impossível, e um ato cínico, pusilânime e tacanho – nosso.

Aliás, seria loucura e auto-aniquilação, deixarmos a coisa correr solta e vermos no que vai dar.

Não sou pessimista e muito menos acordei azedo. Apenas quis compartilhar minhas angustias, e quem sabe, encontrar guarida nos demais leitores, para mudarmos; pois eu creio nisso!

Todos pensam em mudar o mundo, mas não querem mudar a si próprios, que é o primeiro passo elementar dessa longa caminhada.

Vamos caminhar juntos nesse sentido?

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