sábado, 16 de julho de 2011

EXCERTOS FOTOGRÁFICOS E POÉTICOS DE LUANA CALDAS



A foto acima foi tirada em agosto de 2005, na altura da cidade de Novo Progresso, no Pará, na beira da estrada BR 163 (Santarém-Cuibá), pelo premiado e um dos mais importantes fotógrafos do Brasil: Araquém Alcântara.

O bicho agonizante que cruzou o caminho do fotógrafo foi parar na última página do livro Amazônia, que rendeu ao fotógrafo um prêmio Jabuti. Eis as palavras do próprio Alcântara sobre o registro:

"Estava perto de Novo Progresso, no Pará, em agosto. Vi um movimento na floresta queimada. É o olho do fotógrafo, que faz um rastreamento quando chega a um lugar. Peguei um binóculo e o avistei. De perto, vi que estava queimado e cego. Ele ainda quis se defender, em pé, de braços abertos, mas não era mais um gesto de defesa. Era súplica. Ele parecia dizer: 'Quem é você, o que pode fazer por mim?' Aquilo ali resumiu o que significa a Amazônia atualmente. Não vai haver prosperidade se não mudarmos a maneira de desenvolver a região."



POEMA: O POETA E SEU PAPEL ECO LÓGICO


"O poeta é como um camponês, colhedor da densa flora do enraizado imaginário, onde as palavras brotam como folhas, flores, frutos ou espinhos.

E como todo bom ervanário, às vezes formula textos venenosos contra as mazelas crônicas do mundo.

O mesmo texto indicado para as miopias cerebrais, que resulta em ignorância, age também nos corações como sensibilizador.

Deve ser tragado pelos olhos e pelos dedos, mas seu conteúdo vai direto pra cabeça.

Seus efeitos são: exercício da cultura, sapiência, senso crítico..."



_"Dos olhos pra fora mora a liberdade" - Casulo, ed. Casulo (2009).

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