Foto: Coroação do rei George
VI, Londres, Inglaterra de Henri Cartier-Bresson, clicada em 1937.
Dia desses reencontrando meu amigo Paulo Franco na Praça Roosevelt, morremos de rir sobre a minha morte. Ele me contou que avistou um amigo nosso em comum de um curso que fizemos na Escola São Paulo, há um bom tempo atrás, e o curso por uma questão dessas de memória deficitária que disponho, já nem me lembro mais qual era. Enfim, esse nosso amigo logo foi falando:
- Paulo, sabia que o Marcelo
morreu?
- João, o Marcelo do curso da
Escola São Paulo?
- Sim, esse mesmo Paulo, ele se
matou.
No mesmo instante Paulo me
ligou no celular, e como estava numa reunião, não pude atender e nessa loucura
dos diabos que é São Paulo, acabei por não lhe retornar sua ligação. E como o
Paulo, não sabia exatamente que lugar da zona sul morava e também como não
tinha o meu telefone fixo, a história toda, tomou ares de realidade consumada,
ou seja, eu tinha mesmo cometido o suicídio. Confesso que isso já se passou por
minha cabeça, mas hoje, nem penso mais nisso.
O tempo se passou, e num belo
dia ligo de volta ao Paulo Franco, que começa a rir ao telefone, pois a
princípio achava que tudo não passava de um trote, depois de alguns minutos se
deu conta de que realmente eu estava vivo. Voltamos a nos ver na Roosevelt, há
alguns dias atrás, num bar que também para variar não me lembro mais o nome,
lhe disse que essa história toda dos desencontros de informações sobre a minha
morte, daria uma bela crônica, e que um dia faria isso no meu blog. Afinal,
quem se matou mesmo foi outro aluno da nossa sala que também se chamava
Marcelo, que pouco contato tivemos, por isso o Paulo não atinou que poderia ter
sido ele.
Acabo de cumprir minha promessa.
E pensando sobre todo esse
imbróglio cheguei à conclusão de que a nossa vida não é o resultado do que
acontece conosco, mas o que nós fazemos com o que nos acontece. E que o humor é
uma maneira de encontrar sentido no caos. É um jeito de enfrentar coisas que
são avassaladoras que ameaçam a todos nós.
As palavras de Horace Walpole
têm poder:
“A
vida é uma comédia para os que pensam e uma tragédia para os que sentem.”
Pensem nisso...
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