Gruta dos Anjos, in Socorro - São Paulo.
“Não
é como criança que creio em Jesus Cristo e o confesso. Meus hosanas nasceram de
uma fornalha de dúvidas.”
_Fiódor
Dostoiévski
Nesse final de semana
prolongado, tive a rica oportunidade de voltar a minha terra, aonde eu nasci,
em Socorro, que fica há uns 145 km de São Paulo. Voltei novamente a “Gruta dos Anjos” que me assustava
sobremaneira na minha infância, aliás, infância essa muito prazerosa em que
passei inúmeros finais de semana ao lado dos meus primos e tios brincando.
Nessa época eu era feliz e sabia!
Mas, já adulto como disse a
pouco, ao retornar a tal gruta, tive outra sensação quando estava entrando
nela, não mais a de medo, mas uma sensação de Deus. Sim, pois ao contemplar a
beleza da Gruta dos Anjos no seu interior, ainda mais com umas carpas nadando
no lago que se formou dentro dela, uma sensação de paz tomou conta do meu
coração, e pensei:
“Impossível
entrarmos num lugar assim, que atravessou vários anos de formação e que hoje
permanece incólume e não acreditarmos na existência de Deus.”
Talvez por isso, o apóstolo dos
gentios, aos escrever sua carta aos Romanos disse: “Porquanto os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder,
como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio
do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens
são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, se tornaram nulos em seus
próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.” (Rm
2.20-21)
Ou como disse Abraham Lincoln: “Posso entender que é possível o homem olhar
para baixo, para a Terra, e ser ateu, mas não consigo conceber como pode olhar
para cima, para os céus, e dizer que não existe Deus.”
Mas, voltemos a Santo
Agostinho, que no livro Saint Augustine,
Day by Day, New York, Catholic, 1986, p.17 disse: “Na terra, somos viandantes, sempre prontos para partir.” Isso
significa que devemos continuar avançando. Portanto, esteja sempre insatisfeito
onde estiver, se quiser ir além. Se estiver satisfeito com o que é, então já
parou. Se disser ‘basta’, está perdido. Continue caminhando, avançando,
tentando atingir o alvo.
Eu acredito que nossa vida é um
curto período de expectativa, um período no qual tristeza e alegria se
encontram a todo momento. Há um tipo de tristeza que penetra em todos os
momentos de nossa vida. Momentos perfeitos de pura alegria parecem não existir,
pois, mesmo nos momentos mais felizes de nossa existência, sentimos uma pitada
de tristeza. Em cada satisfação, há a consciência de limitações. Em cada
sucesso, há o medo da inveja. Por trás de cada sorriso, há uma lágrima. Em cada
abraço, a solidão. Em cada amizade, distância. E, em todas as formas de luz, há
o conhecimento das trevas que nos rodeiam. Mas essa experiência íntima, na qual
cada fragmento de vida é tocado por um fragmento de morte, pode nos levar para
além dos limites de nossa existência. E pode conseguir isso fazendo-nos olhar
para frente na expectativa do dia em que nosso coração se encherá de perfeita
alegria, alegria que ninguém poderá nos tirar.
Nesse mesmo sentido, eu creio em
Jó, quando ele afirmou: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por
fim se levantará sobre a terra.” (Jó 19.25).
Ao que faço coro com Mateus
21.9: “E as multidões, tanto as que o
precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o
que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!”
Amém!
Soli Deo Gloria.
***
Em cada crença existe um Deus, ou não, tudo depende daquilo que se acredita. Respeitar a crença alheia e essencial para se viver em paz. Parabéns pela crônica. Beijos!
ResponderExcluirOi Alexandra Collazo, muito obrigado pelo comentário! Obrigado mesmo!
ResponderExcluirQue lindo! Parabéns!
ResponderExcluirMayara Santos
Oi May, obrigado pelo retorno!
ResponderExcluirAbraços.