Não leitor, essa crônica não se
trata sobre o filme do grande mestre do suspense Alfred Hitchcock, que leva o
nome de: “Um corpo que cai”. Aliás, diga-se
de passagem, é uma bela película, e eu recomendo. Trata-se do Donizete! Não sei
o seu nome completo, mas sei que no dia dos namorados, em pleno 12 de junho
desse ano corrente, ele nos visitou. Melhor, caiu em nosso quintal, numa queda
livre de uns 7 metros de altura. Estava andando nos telhados dos vizinhos,
causando verdadeiro alvoroço e mobilizando a vizinhança toda. E por fim, veio
parar no meu e caiu.
Era um dia de domingo, com um
frio cortante, desses que rasgam nossa cara aqui em São Paulo, que creio eu –
foi o período de frio mais intenso que tivemos por aqui – há anos.
Tudo começou com uma forte
gritaria no meu vizinho, gritos de homens e mulheres, não conseguíamos entender
muito bem, julguei que era um assalto, e enquanto corria para ligar para a
polícia, ouvi alguém andando sobre o telhado da minha casa, e logo em seguida –
um barulho amedrontador (desses que nos causam forte impacto) de ossos se
chocando no chão.
Minha irmã se desesperou,
também pudera, moramos em um bairro perigoso aqui na zona sul de São Paulo, e
enquanto eu procurava feito um louco às chaves da porta que dá acesso ao
corredor, onde ela mora, os vizinhos foram chegando, e quando finalmente achei
as chaves e corri para abrir a bendita porta e ver o que acontecia, já tinha
uma aglomeração no meu portão. Abri a porta e corri, e lá estava o Donizete,
jorrando sangue por todos os lados, sem camisa, todo cortado e com uma bela
fratura exposta no tornozelo. E completamente bêbado.
Aos poucos fomos todos nos acalmando,
e o Donizete começou a nos dizer sua história. Disse que era pai de 4 filhos,
trabalhador, e que tinha brigado com sua esposa e que resolveu beber. O
resultado todos nós já sabemos.
Alguém já tinha ligado para a
polícia, que chegou prontamente. E depois ligamos para o SAMU, que demorou
algumas horas para chegar. E enquanto isso o Donizete ficou ali, estatelado no
chão. Olhar perdido e desiludido. Não tinha a menor condição de andar e o
cobrimos devido o frio. Passado algum tempo, ele foi devidamente removido e não
tenho mais notícias suas. No fundo, o homem renasceu, pois a julgar pela
altura, ele poderia muito bem ter morrido.
Engraçado que comercial nenhum
de bebida alcoólica mostra essa faceta! Tudo que vemos na televisão, é muito
belo, pessoas em corpos sarados (homens e mulheres) rindo, como se estivessem
no Jardim do Éden... Será?
Não é preciso ser um grande
expert para saber que as drogas lícitas – matam bem mais que as ilícitas. E o álcool
tem um poder devastador na vida de qualquer um, e muitos não encontram o
caminho de volta.
Contudo, a grande mídia sempre
vai maquiar esses fatos. Compete a nós o bom senso! E o “beba com moderação” –
pode ser traiçoeiro e letal para qualquer um...
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