CRÔNICAS AVULSAS: A FILOSOFIA DO NÃO

Nasci e moro no país da piada pronta: Brasil. E isso por si só já é algo peculiar. Coisas escabrosas acontecem por aqui – principalmente em política. E creio que isso também seja expandido para todas as áreas da nossa vida.

Há algum tempo tenho encabeçado alguns projetos de Cultura (focados em literatura) e tenho batido na porta de algumas livrarias, centros de pesquisas e secretárias de cultura em municípios do interior de São Paulo. A resposta em sua grande maioria foi um sonoro: não. E aos poucos que me disseram um: sim, tenho trabalhado com afinco com a minha parceira: Alexandra Collazo nesses projetos que se desdobram entre palestras sobre: romancistas e poetas.

Uma lição que tenho aprendido nesse hiato de tempo, é aprender a lidar com um não. Mas, também sei que em sua grande maioria, o normal é justamente as pessoas sequer arriscarem algo diferente e nunca sequer saberem se ouviriam um possível sim... A dor ou medo de um não impera e reina garboso.

Confesso que não é fácil ouvir um não. Aceitar ele então é ainda mais complicado, mas em um processo de crescimento, é um degrau valioso para todos nós. As derrotas nos ensinam e forjam nossa têmpora para focarmos no desenvolvimento do nosso caráter. E quando o vento sopra contrário – é que mais aprendemos a nos reinventarmos.

Penso que é muito melhor ousar coisas difíceis, pagar o preço por isso (muito trabalho) conquistar triunfos grandiosos, embora ameaçados de fracasso, do que se alinhar com espíritos pusilânimes que nem desfrutam muito nem sofrem muito, porque vivem em uma penumbra cinzenta, onde não conhecem vitória nem derrota.

O não pode ser valioso. Tudo dependerá dos desdobramentos que você dará para ele. Se entristecer e abandonar um projeto? Ou insistir mais uma vez? A vida tem me ensinado que a sorte (se é que ela existe) persegue os obstinados. Tente mais uma vez, outra e outra...

Você é o único representante do seu sonho na face da terra! E isso já é motivo por si só para você correr atrás dele. Sei que não é fácil, aliás, não é fácil para ninguém. Mas, é melhor ousar do que viver eternamente preso na roda-viva do talvez.

Não confunda nunca briga com luta. Pois, é fato: briga tem hora para acabar e luta é para uma vida toda. E somos seres moldados para lutarmos, não pare, sonhe, lute, vá atrás...  

E quando se deparar com um não, não fique triste, um sim, pode estar na próxima esquina...

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