quinta-feira, 28 de maio de 2015

CRÔNICAS AVULSAS: FREUD EXPLICA E "NÓIS" COMPLICA


Salvo de engano meu, foi Freud quem disse que não se deve esperar toda a satisfação de uma única fonte; pois os riscos são elevados. Contudo, venhamos e convenhamos, é justamente o oposto da frase que mais vemos grassar em nossos dias. Pessoas colocam como felicidade suprema: aquele corpo escultural, aquele carro do ano, aquele último celular ou aquele último lançamento assim ou assado e a lista não tem fim. Aliás, lá existe fim para os desejos do ser humano?

Sinceramente creio que não, pois somos seres que desejam a todo instante. Sempre: mais e mais. Numa ânsia desenfreada e megalomaníaca. Obviamente que a nossa mídia, sempre sedenta por querer ditar as tendências de consumo, inundam nossa mente com as mais recentes novidades, e aquele apelo irresistível de que temos de ter tais novidades em nossas casas e quando nos damos conta, lá estamos nós endividados até o pescoço – mais uma vez.

Penso que uma solução é justamente aprendermos a nos satisfazermos com o que temos. A estarmos contentes com o que já possuímos e só nos enveredarmos em aderir aos novos apelos consumistas, quando realmente for uma necessidade e não uma mera futilidade. Eis um grande exercício de virtuosismo: estar satisfeito e feliz com o que já possui. Lembram-se do Gênesis, quando Deus começou a criar tudo? Lá diz que Deus ao cabo do sétimo dia, quando tinha terminado sua criação – Deus: “descansou”. Pois bem, se até Deus teve seu dia de descanso e apenas contemplou tudo que tinha feito, por que nós (eu e você) não podemos também descansar de tudo que já fizemos, conquistamos ou construímos?

Procurarmos ter contentamento com o que já possuímos é um passo valioso para sermos felizes. De repente, essa tal felicidade sempre esteve ao nosso redor e cegos – nem a notamos.

Bem sei que nós escritores podemos até quebrar os grilhões de uma cela, através daquilo que escrevemos. Mas não me assustarei se os prisioneiros não saírem. Pode ser que a cela seja um lugar absurdamente confortável para eles. Contudo, há opções que tomamos em nossas vidas que até parecem em determinados momentos o mais certo a se fazer, contudo, no fim, será extremamente danoso isso para nossas vidas.

Freud disse que: “A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.” Penso que nessa caminhada individual nossa, abandonar certas novidades do momento e viver a vida sobre outro prisma de contentamento com o que já temos – seja um bom começo rumo à felicidade.


Bons dias!

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2 comentários:

  1. É meu velho, complicamos por demais....Abraços meu caro.

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  2. Olá Uno...

    Obrigado por ter lido! Abraços irmão!

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