OLD MAN IN SORROW (1890) - VAN GOGH
Não sei seu nome. Mas, sei que
todos os dias, após o almoço ele se instala entre o semáforo da Av. Comendador
Sant’Anna com a Estrada do M’Boi Mirim, e começa a fazer seus intermináveis
malabares. Utiliza para isso cocos verdes vazios, da última vez que o vi, ele
fazia seu espetáculo com 5 cocos que bailavam no ar entre suas mãos
prodigiosas. E sempre que começa a fazer seu show, assobia, e seu assobio é tão
alto que mesmo a metros de distância em minha casa é possível ouvi-lo
perfeitamente. Utiliza desse recurso para chamar a atenção dos carros, motos e transeuntes
que cruzam esse semáforo.
Sempre que o vejo, me vem à
mente o suplício de Tântalo – oriundo da mitologia grega; que nada mais é do
que um sofrimento daquele que deseja algo aparentemente próximo, porém,
inalcançável. Em todo esse tempo, nunca vi nenhuma pessoa sequer dar uma
contribuição para o seu espetáculo.
Ontem, fez 10 anos do caso mais
escabroso da nossa nação em termos de corrupção, o famigerado: mensalão. E
estamos agora acompanhando mais um caso igual ou até maior em termos de
roubalheira do dinheiro público, que colocou nossa maior empresa, a Petrobras
de joelhos.
A vida desse homem do semáforo,
minha e de muitos outros brasileiros poderiam ser bem melhores do que as atuais
condições, se em nosso país os políticos usassem a verba pública para a
população ao invés de privilegiarem somente seus bolsos com enriquecimento
ilícitos cada vez mais assustadores.
A soma do rombo da Petrobras
alcança a casa de bilhões, enquanto nossa saúde, educação, transporte, cultura,
segurança ficam a míngua. Ontem, ainda em casa assisti na televisão que a quantidade
de leitos dos hospitais públicos só diminui a cada ano, e que os pagamentos do SUS
não cobrem nem a metade dos gastos reais, logo, a conta não fecha e a tendência
é só piorar. Vi ainda que homens e mulheres chegam a ficar por mais de 8 horas
para serem atendidos em um hospital público. Uma vergonha. Talvez por isso no
Brasil poucos acreditem que realmente existam políticos competentes e honestos.
O que nos resta a fazer?
Protestar, ainda que de imediato tais ações não resultem em mudanças. Não me
recordo de políticos que ficaram presos por seus escândalos, e no mensalão
alguns foram presos. Não me recordo de dinheiro pilhado que foi repatriado para
sua conta de origem. E no petrolão, recentemente ao menos uma parte do rombo
foi devolvido aos seus cofres. Há esperança ainda por dias melhores. Nosso
judiciário com Joaquim Barbosa e recentemente com Sérgio F. Moro, dão provas
disso.
Oxalá que novos dias surjam em
nossa nação... E enquanto eles não chegam, protestamos, pois essa é a única
arma que nos resta.
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Óla tudo bem? quanto tempo !!! estou passando visitando seu blog como sempre uma maravilha de se lê.
ResponderExcluirBjs Lú