Eu o conheci através de sua
conta no Instagram. Um sujeito barbudo, que postava fotos lindas de bicicleta
em lugares memoráveis. Entre uma curtida e outra, foi pesquisando mais a seu
respeito. Creio inclusive que poucos conheçam sua história e seu objetivo de
vida. Seu nome é Benedict, americano de Connecticut de 35 anos de idade, mais
conhecido como Ultra Romance no mundo virtual, ele viaja o mundo com sua
bicicleta, e já confessou:
“Não
gosto de trabalhar. E somente trabalho seis meses e depois volto a viajar”.
Ou seja, trabalha apenas para
juntar dinheiro para suas viagens, e vive por dia com US$ 10,00. Ora, esse não
seria o sonho de muitos de nós? Bom, não sei o seu, mas é o meu! Esse
aventureiro não possui carro e nunca viveu em um mesmo lugar por mais de seis
meses e guarda seu dinheiro – que ganha trabalhando como pescador ou guia – em pequenos
sacos, que ele costuma enterrar. E pelas suas andanças ao redor do mundo já foi
para Nova Zelândia, Canadá, Inglaterra...
Em uma entrevista sua ao
Business Insider, declarou:
“Nós
temos essa idéia pré-concebida do que o sucesso significa nesse mundo moderno.
Para mim é parte de uma filosofia, de uma circunstância. Eu estudo história e
antropologia e eu não tenho vergonha de não gostar de trabalhar”.
Benedict é um daqueles sujeitos
que dariam um belo filme! Seu desapego as coisas materiais é impressionante. Me
fez lembrar de Epicuro, filosofo da Grécia antiga, cujos inúmeros testemunhos
fidedignos atestam que, no célebre Jardim de Epicuro (onde ficava sua escola)
vicejava uma autêntica comunidade, na qual mestre e discípulos viviam de
maneira quase ascética, consumindo apenas as hortaliças que eles próprios
cultivavam, às quais acrescentavam apenas pão e água, ou ainda queijo em
ocasiões especiais. E o seu legado para a história foi o termo epicurismo,
derivado do seu nome, que nada mais é do que um sistema filosófico que prega a
procura dos prazeres moderados para atingir um estado de tranqüilidade e de
libertação do medo. Eis o que o próprio Epicuro nos diz:
“Quando
então dizemos que o fim último é o prazer, não nos referimos aos prazeres dos
intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos, como acreditam certas
pessoas que ignoram o nosso pensamento, ou não concordam com ele, ou o
interpretam erroneamente, mas ao prazer que é ausência de sofrimentos físicos e
de perturbações da alma.”
Benedict em pleno século XXI,
ao dar de ombros para o capitalismo reinante e ao consumismo desenfreado que
grassa por todos os lados (ainda mais em época de natal, como agora – desvirtuando
o seu verdadeiro sentido) nos ensina que: sim é possível termos outro tipo de
vida!
A sua conta no Instagram é
@ultraromance – atualmente pela última postagem que vi – ele já estava em
Portugal, pedalando: livre, leve e solto de preocupações da alma...
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