Elas estão em quase todo lugar. Principalmente nas padarias, restaurantes e bares, espalhados pela Av. Doutor Cardoso de Mello, local onde trabalho atualmente e acredito que pelo Brasil todo...
Bem cedo, quando chego, já em pleno horário de verão e dia do meu rodízio, portanto, antes das 7h as mesmas já estão estridentes e em alto e bom som.
Em épocas áureas da boemia paulista elas nunca tiveram esse lugar de destaque e reverência das pessoas. Pelo contrário, ainda era possível conversar e ouvir o burburinho das rodas de amigos, grassando por todas as mesas. Hoje, isso quase não existe mais, pois, repartimos nosso happy hour com as famigeradas TV’s.
Aliás, existe coisa pior do que degustar um lanche no final do dia, e se deparar com o Datena torcendo para chover, para ter o que criticar? Ou ver o programa pífio da Malhação...
Sempre que penso sobre a televisão e seu papel, me vem à mente a frase Edward R. Murrow, na película: “Boa Noite e Boa Sorte”, no qual ele disse assim:
“Nossa história é o resultado do que fazemos. Se continuarmos fazendo o que estamos fazendo, a história dará o troco, e a vingança não tardará. De tempos em tempos devemos ressaltar as idéias das informações. Milhões de pessoas ficam mais informadas sobre assuntos que podem determinar o futuro desse país. Aqueles que dizem que as pessoas não se interessam, que são complacentes, indiferentes e alienadas – se tivessem UM OUTRO TIPO DE JORNALISMO, teríamos uma MUDANÇA. O veículo (TV) que serve apenas para divertir e alienar, estará em perigo e a luta foi em vão. A (TV) pode ENSINAR, ESCLARECER e até mesmo INSPIRAR. Mas só poderá fazer isso, se todas as pessoas – ousarem com esse mesmo objetivo; ou será apenas um aglomerado de fios e luzes, numa caixa.”
Quão distante estamos da realidade contida nessa frase!
E só uma coisa me anima nisso tudo, que tanto a televisão como satanás não possuem o poder de serem onipresentes. O que me dá uma nesga de esperança ainda, por tempos melhores...
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