Da primeira que vez que o peguei,
ele cabia em minhas mãos. O tempo se passou, já são sete anos que está conosco,
e isso não mudou muito. Também pudera, seu pai era um Poodle Toy e sua mãe uma
Yorkshire, não poderia ser diferente.
Nos primeiros dias, chorou o mais
que pode – não se adaptava a distância dos pais e irmãos. Foram dias terríveis,
mas superou. Ainda me recordo quando acordava de madrugada para distraí-lo,
para ver se pegava no sono e nos deixava dormir.
Seu nome foi invenção minha, pois
já era sabedor que não cresceria muito, pensei num nome que impusesse respeito
para servir de compensação, já que ele não teria muita estatura e porte. Daí
veio o nome: Sansão – uma referência clara ao herói bíblico de força descomunal,
o que não se aplica muito a sua realidade, mas quem se importa?
Digo para todos que sou meio dono
do Sansão, já que foi minha irmã quem ganhou ele, logo é dela a primazia. Sigo
conformado com meu papel de coadjuvante na criação dele.
Em casa nunca foi de respeitar
muito as ordens, só respeitava minha mãe. Nunca entendemos o porquê disso muito
bem. Nesses sete anos que se passaram um dia em especial foi marcante para mim,
pois assim que cheguei do interior, vindo do enterro da minha mãe, ele que
sempre nos recebia com pulos e latidos de alegria, nesse dia, quando abri a
porta, olhou para mim, veio caminhando lentamente e se achegou aos meus pés, se
manteve ali em silêncio.
Nós dois choramos. Com esse gesto, prestou sua homenagem para
minha mãe.
Hoje enquanto lhe acariciava no
sofá, pensei: “Você é digno de uma
crônica!”.
Acabo de cumprir minha promessa.
***
Que momento lindo....imagino a emoção...Acho que isto que faz das palavras algo mágico: a capacidade que ela tem de transformar uma situacao em algo tão real. JULIANA MARCANDALLE
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