Acredito
que nem todas as pessoas sabem dar presentes. Isso é fato. Aliás, quem nunca
ganhou algo que não gostou que atire a primeira pedra. Nesse quesito, confesso
que tenho muito azar, pois sempre ganho presentes descabidos e não cabe aqui
enumerá-los, deixemos que o tempo se encarregue deles.
Contudo,
no último dia dos namorados, fui agraciado com um presente genial que minha
namorada acertou em cheio ao me presentear. Trata-se da “Coleção Folha Tributo a Tom Jobim”, que é de uma riqueza sem igual,
com todo o repertório inesgotável de Tom Jobim e suas diversas parcerias feitas
ao longo de sua carreira.
Ouvir
Tom Jobim hoje em dia, pode parecer desigual, pois muitas pessoas apenas
conhecem sua famigerada “Garota de
Ipanema” e estão preocupadas em ouvir o que está aí em voga nas rádios e na
boca do povo em geral – sucessos midiáticos pífios. Fico triste, pois se
pegarmos as músicas de hoje, essas pouco representam em termos de riqueza,
poesia, beleza e sonoridade. Confesso que não sou um erudito em música, mas
meus ouvidos sabem distinguir muito bem a diferença entre os refrões pobres e repetidos
a exaustão das músicas de hoje, a beleza poética das músicas de Tom Jobim.
Toda
essa cultura de massa é uma tragédia no Brasil de hoje, quando se glamouriza a
ignorância, o completo desinteresse pelo conhecimento, arte, literatura e música.
Não podemos aceitar uma sociedade que se molda pela falta de educação. É um
crime de lesa-pátria.
Talvez
todo esse esquecimento seja um problema cultural e crônico do brasileiro, que
não reverencia os grandes artistas, salvo quando estes morrem, e mesmo assim
por pouco tempo. O próprio Tom Jobim reconhecia isso, pois numa entrevista ao
programa 54 minutos, da TVE, em 1993
ele já se adiantava:
“Para virar um nome, você tem que viver muito.
Aí você morre com muitas medalhas. Mas as medalhas, no Brasil, são leves...”
Ouvir
Tom Jobim é afinar os ouvidos e a alma para a beleza e simplicidade de suas
canções que nos tocam profundamente, e por isso mesmo torna-se impossível sair incólume
a sua música, que vai diretamente ao ponto principal de todo ser humano: o
coração.
Como ele
dizia no trecho da canção “Wave”:
“Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender...”
Obrigado
minha garota de Ipanema: Ana Paula Martinez, por esse presente tão especial!
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Por nada meu amor.
ResponderExcluirComo sempre você é maravilhoso e coerente em seus textos.
Parabéns.
te amo