segunda-feira, 25 de novembro de 2013

CRÔNICAS AVULSAS: CRÈME DE LA CRÈME – SEBASTIÃO SALGADO


Elefante (Loxodonta africana) no Parque Nacional do Kafue, Zâmbia, 2010.

 “Quando a terra,
se converte num altar,
a vida se transforma numa reza”.

“Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra” Mia Couto.


No dia 16 de novembro de 2013 fui ao Sesc Belenzinho apreciar a exposição GENESIS do Sebastião Salgado. Já tinha acompanhado um pouco o seu olhar fotográfico e estava muito ansioso sobre o que estaria por vir. Em nada me arrependi, apesar do congestionamento e super lotação do Sesc, pois era pós feriado da Proclamação da República – nesse dia.

A origem de qualquer fotografia não é a câmera, ou mesmo a cena vista através do visor – é a mente do fotógrafo. É lá que a imagem é criada antes de ser registrada em um cartão de memória ou filme. Nesse aspecto Sebastião Salgado é oconcur, um verdadeiro gênio, que é capaz de captar no mínimo detalhe de suas fotos o momento ideal da imagem. Suas fotos são em preto e branco, o que impacta e embeleza ainda mais sua arte, que dispensa comentários.

Nas palavras de Lélia Wanick Salgado a curadora da exposição: “Genesis é uma jornada em busca do planeta como existiu, desde sua formação e em sua evolução, antes que a vida moderna se acelerasse e nos afastasse do núcleo essencial. É uma busca das paisagens terrestres e aquáticas até hoje intocadas; uma viagem em direção aos animais e grupos humanos que conseguiram escapar das transformações impostas pelo mundo contemporâneo. E Genesis comprova que o nosso planeta ainda abriga vastas e remotas regiões onde a natureza reina em imaculada e silenciosa majestade [...] É essa beleza oculta, defendida, protegida que Genesis deseja compartilhar. Fazemos um tributo a esse nosso frágil planeta que temos o dever de proteger.”

A exposição é divida em cinco partes, a saber: Planeta Sul, Santuários, África, Terras do Norte, Amazônia e Pantanal. Mais do que qualquer outra forma de arte, a natureza da fotografia exige que o observador seja constantemente provocado e surpreendido com novas imagens e diferentes interpretações. Nessa exposição através desse olhar fotográfico do Sebastião Salgado, podemos entender um pouco o que torna uma fotografia incrível.

É um verdadeiro brinde aos nossos olhos percorrer suas lindas fotografias em preto e branco, e a cada olhar mais atento, percebemos mais detalhes ocultos, que passam despercebidos numa rápida olhada. Eis a marca do gênio. Uma exposição para ver, admirar, parar e pensar.

Quando Susan Sontag escreveu o ensaio “Sobre Fotografia” ela disse:

“Colecionar fotografias é colecionar o mundo”.

Sebastião Salgado é isso: um colecionador de vários mundos...

***

2 comentários:

  1. Fotografia já é algo que me encanta, em preto e branco então, me fascina! Grande fotógrafo. Pesquisei sobre ele agora na internet. Ótima crônica!

    Beijos!

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  2. Oi Alexandra Collazo, obrigado pelas palavras! Beijos.

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