Era um dia daqueles de sol a
pino em Socorro-SP, aliás, embora eu tenha nascido nesta cidade querida – das vezes
em que estou aí: raramente chove. Sempre acho isso um fato curioso. Era também
o feriado do dia da independência, portanto: 07 de setembro deste ano corrente.
E a Costa Papelaria e Livraria do meu amigo Toninho funcionou em regime
especial neste dia, pois tínhamos uma palestra para ser feita por este que vos
escreve e o convite me deixou extremamente feliz. A pauta: para gostar de ler.
Aliás, como não ficar feliz em falar sobre literatura para as pessoas? Algo tão mágico e que mudou para sempre minha vida. Creio que muito do que sou hoje – deva aos livros, pois sempre me foram amigos fiéis e através da literatura aprendi e desbravei oceanos que nunca sequer imaginei que poderia fazer.
Ler é poder, já dizia Jean-Paul Sartre (filósofo
francês). Então vejam: “Se ler é poder,
se conhecimento é poder, logo aprender é o teu super-poder!” E é através da
literatura que todos nós podemos ter esse super-poder. Eis então um belo gancho
para começarmos a gostar de ler, não é verdade? Contudo, uma ressalva se faz
necessário que é justamente se pensarmos no oposto, ou seja, não ler.
Vejam, o homem e a mulher são seres que falam. A palavra se encontra no limiar do universo humano, pois é ela que caracteriza fundamentalmente o homem e o distingue do animal. Em outras palavras, a linguagem animal visa à adaptação a uma situação concreta, enquanto a linguagem humana intervém como um abstrato da situação. A palavra distancia o homem da experiência vivida, tornando-o capaz de reorganizá-la numa outra totalidade, que lhe dará um novo sentido.
É pela palavra que somos capazes de nos situar no tempo, lembrando o que ocorreu no passado e antecipando o futuro pelo pensamento. Enquanto o animal vive sempre no presente, as dimensões humanas se ampliam para além de cada momento.
A linguagem, ao mesmo tempo que permite o distanciamento do homem sobre o mundo, por meio da representação simbólica e abstrata, também é o que permitirá o retorno ao mundo para transformá-lo.
Portanto, se o homem não tem oportunidade de desenvolver e enriquecer a linguagem, torna-se incapaz não só de compreender o mundo que o cerca, mas também de agir sobre ele.
Na literatura, é belo (e triste) o exemplo que Graciliano Ramos nos dá com Fabiano, personagem principal de Vidas Secas. A pobreza do seu vocabulário prejudica a tomada de consciência da exploração a que é submetido, e a intuição que tem de sua situação não é suficiente para ajudá-lo a reagir de outro modo. Outro exemplo é o que o escritor inglês George Orwell apresenta no seu livro 1984, onde, num mundo do futuro dominado pelo poder totalitário, uma das tentativas de esmagamento da oposição crítica consistia na simplificação do vocabulário realizada pela “Novilíngua”. Toda gama de sinônimos era reduzida cada vez mais, logo: pobreza no falar, pobreza no pensar, impotência no agir.
Ora, se a palavra, que distingue o homem de todos os seres vivos, se encontra enfraquecida na sua possibilidade de expressão, é o próprio homem que se desumaniza amigos e amigas. Eis aí um belo convite para lermos mais e mais. Viva a literatura – hoje e sempre...
Vejam, o homem e a mulher são seres que falam. A palavra se encontra no limiar do universo humano, pois é ela que caracteriza fundamentalmente o homem e o distingue do animal. Em outras palavras, a linguagem animal visa à adaptação a uma situação concreta, enquanto a linguagem humana intervém como um abstrato da situação. A palavra distancia o homem da experiência vivida, tornando-o capaz de reorganizá-la numa outra totalidade, que lhe dará um novo sentido.
É pela palavra que somos capazes de nos situar no tempo, lembrando o que ocorreu no passado e antecipando o futuro pelo pensamento. Enquanto o animal vive sempre no presente, as dimensões humanas se ampliam para além de cada momento.
A linguagem, ao mesmo tempo que permite o distanciamento do homem sobre o mundo, por meio da representação simbólica e abstrata, também é o que permitirá o retorno ao mundo para transformá-lo.
Portanto, se o homem não tem oportunidade de desenvolver e enriquecer a linguagem, torna-se incapaz não só de compreender o mundo que o cerca, mas também de agir sobre ele.
Na literatura, é belo (e triste) o exemplo que Graciliano Ramos nos dá com Fabiano, personagem principal de Vidas Secas. A pobreza do seu vocabulário prejudica a tomada de consciência da exploração a que é submetido, e a intuição que tem de sua situação não é suficiente para ajudá-lo a reagir de outro modo. Outro exemplo é o que o escritor inglês George Orwell apresenta no seu livro 1984, onde, num mundo do futuro dominado pelo poder totalitário, uma das tentativas de esmagamento da oposição crítica consistia na simplificação do vocabulário realizada pela “Novilíngua”. Toda gama de sinônimos era reduzida cada vez mais, logo: pobreza no falar, pobreza no pensar, impotência no agir.
Ora, se a palavra, que distingue o homem de todos os seres vivos, se encontra enfraquecida na sua possibilidade de expressão, é o próprio homem que se desumaniza amigos e amigas. Eis aí um belo convite para lermos mais e mais. Viva a literatura – hoje e sempre...
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Excelente texto , ler é fundamental nos dias de hoje .��������
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