Já passava das 22h do último
domingo, meu telefone celular tocou e no identificador de chamadas, aparecia o
nome da minha filha. Atendi de imediato, e ela foi dizendo de chofre:
- Pai! Tudo bem? Boa noite!
Olha, deixa eu te contar, acabaram de me roubar. Eu estava vindo da casa da minha
mãe para a minha avó, e aqui na subida dois homens numa moto me roubaram!
- Filha! Que notícia horrível!
E como você está? Te machucaram? Fizeram algo?
- Não pai. Estou bem, só me
roubaram a mochila e o meu celular.
O celebre Vinicius de Moraes
dizia que: “A vida é a arte do encontro,
embora haja tanto desencontro pela vida.” Pois bem, e como tem desencontro.
Aliás, tem encontros que nunca queríamos ter de passar por eles, e ser
assaltado em São Paulo, com certeza deve ocupar o topo da lista de encontros
indesejáveis. E quem nunca foi assaltado ou teve algum amigo ou familiar
próximo, que já passou por uma situação dessas?
Dia após dia, vemos nos noticiários
de televisão, especialmente com o Marcelo Rezende e o José Luiz Datena casos
trágicos de roubos seguidos de homicídio: latrocínios. Eu sinceramente nem
perco meu tempo assistindo esses programas, me recuso a ver isso. Mas, a
indignação é latente. E o que mais me incomoda é que aos poucos vamos nos
adaptando a nossa triste realidade. Depois de tanto ver, sofrer e esperar por
melhorias que nunca vem do poder público – fui me acostumando. Confesso que a
minha maior aflição quando minha filha me ligou, não foi o espanto do assalto
em si, mas em saber se ela estava ferida. Olha o ponto que chegamos, ou seja,
capitulamos o assalto como um fato previsível de acontecimento.
Quando levanto a cabeça e
procuro ver sinais de melhora no horizonte, a fim de termos outro tipo de
sociedade – confesso que a desesperança me envolve e não me solta. Vivemos presos em um sistema vicioso, cujas
engrenagens imundas só privilegiam os ricos. Nossos políticos a cada dia que
passa – são as provas absolutas disso, pois não defendem o interesse do povo e
sim os seus próprios – haja vista seu foro especial de que gozam e suas
infinitas regalias. Uma pequena luz brilha ao fim do horizonte, como no caso do
“mensalão” em que alguns políticos foram presos, e vamos acompanhar o
desenrolar da operação “lava jato” que promete dar excelentes frutos. Tomara...
Como podemos ver – ainda resta
uma tênue esperança por melhores dias. Quem sabe meus netos (que ainda nem
nasceram ainda) ou a próxima geração, algum dia possam se beneficiar disso. Por
hora, nos resta saber administrar esses encontros desagradáveis que vamos topando
aqui ou acolá pela nossa vida.
***
Boa Tarde, Marcelo!
ResponderExcluirInfelizmente, essa é a realidade de todo brasileiro! Vivemos amedrontados!
Beijos!
Alexandra Collazo.
Oi Alexandra,
ResponderExcluirObrigado pelo retorno!
Bjs.