terça-feira, 15 de setembro de 2015

CRÔNICAS AVULSAS: ENCONTROS QUE GOSTARÍAMOS DE EVITAR


Já passava das 22h do último domingo, meu telefone celular tocou e no identificador de chamadas, aparecia o nome da minha filha. Atendi de imediato, e ela foi dizendo de chofre:

- Pai! Tudo bem? Boa noite! Olha, deixa eu te contar, acabaram de me roubar. Eu estava vindo da casa da minha mãe para a minha avó, e aqui na subida dois homens numa moto me roubaram!

- Filha! Que notícia horrível! E como você está? Te machucaram? Fizeram algo?

- Não pai. Estou bem, só me roubaram a mochila e o meu celular.

O celebre Vinicius de Moraes dizia que: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” Pois bem, e como tem desencontro. Aliás, tem encontros que nunca queríamos ter de passar por eles, e ser assaltado em São Paulo, com certeza deve ocupar o topo da lista de encontros indesejáveis. E quem nunca foi assaltado ou teve algum amigo ou familiar próximo, que já passou por uma situação dessas?

Dia após dia, vemos nos noticiários de televisão, especialmente com o Marcelo Rezende e o José Luiz Datena casos trágicos de roubos seguidos de homicídio: latrocínios. Eu sinceramente nem perco meu tempo assistindo esses programas, me recuso a ver isso. Mas, a indignação é latente. E o que mais me incomoda é que aos poucos vamos nos adaptando a nossa triste realidade. Depois de tanto ver, sofrer e esperar por melhorias que nunca vem do poder público – fui me acostumando. Confesso que a minha maior aflição quando minha filha me ligou, não foi o espanto do assalto em si, mas em saber se ela estava ferida. Olha o ponto que chegamos, ou seja, capitulamos o assalto como um fato previsível de acontecimento.

Quando levanto a cabeça e procuro ver sinais de melhora no horizonte, a fim de termos outro tipo de sociedade – confesso que a desesperança me envolve e não me solta.  Vivemos presos em um sistema vicioso, cujas engrenagens imundas só privilegiam os ricos. Nossos políticos a cada dia que passa – são as provas absolutas disso, pois não defendem o interesse do povo e sim os seus próprios – haja vista seu foro especial de que gozam e suas infinitas regalias. Uma pequena luz brilha ao fim do horizonte, como no caso do “mensalão” em que alguns políticos foram presos, e vamos acompanhar o desenrolar da operação “lava jato” que promete dar excelentes frutos. Tomara...

Como podemos ver – ainda resta uma tênue esperança por melhores dias. Quem sabe meus netos (que ainda nem nasceram ainda) ou a próxima geração, algum dia possam se beneficiar disso. Por hora, nos resta saber administrar esses encontros desagradáveis que vamos topando aqui ou acolá pela nossa vida.


***

2 comentários:

  1. Boa Tarde, Marcelo!

    Infelizmente, essa é a realidade de todo brasileiro! Vivemos amedrontados!

    Beijos!

    Alexandra Collazo.

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  2. Oi Alexandra,

    Obrigado pelo retorno!

    Bjs.

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